Discurso outro e ponto de vista na construção do gênero perfil jornalístico
Resumen
Neste artigo, analiso a relação do ponto de vista com o discurso outro na constituição do perfil jornalístico. Para tanto, analisei um corpus composto de perfis publicados no jornal francês Libération e na revista Carta Capital. O estudo revela que o perfil tem a mesma configuração nos dois veículos: ponto de vista do jornalista, constituído a partir dos discursos da pessoa representada no perfil e de outros entrevistados, seguidos da fala do entrevistado. Do ponto de vista teórico, constata-se que a heterogeneidade é constitutiva do gênero, presente nos tipos de enunciados e nas formas de representação do discurso outro.
Citas
ADAM, Jean-Michel. Unités rédactionnelles et genres discursifs: cadre général pour une approche de la presse écrite. Pratiques, Metz: CRESSEF, n.94, p. 3-18, 1997.
AUTHIER-REVUZ, Jacqueline. “Hétérogénéité montrée et hétérogénéité constitutive, éléments pour une approche de l’autre dans le discours”. DRLAV 26, p. 91-151, 1982.
_____. Ces mots qui ne vont pas de soi. Paris: Larousse, 1995.
_____. “La représentation du discours autre: un champ multiplement hétérogène ». In: MUÑOZ, J. M. L.; MARNETTE, S.; ROSIER, L. Le discours rapporté dans tous ses états, Paris, l’Harmattan, 2004. p. 35-53.
_____. “Nos riscos da alusão”. Trad. VAZ, A. E. M. e CUNHA, D. A. C. Investigações - Linguística e Teoria Literária, v. 20, n. 2, p. 9-46, 2007.
BAKHTIN, Mikhail. Questões de Estética e de Literatura. 3. ed. Trad. Aurora F. Bernardini et al. São Paulo: Hucitec, 1993.
_____. Problemas da poética de Dostoiévski. Trad. Paulo Bezerra. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1997.
_____. Estética da criação verbal. 2. ed. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
_____. Teoria do romance I. A estilística. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2015. BAKHTIN, Mikhaïl (VOLOCHINOV). Marxismo e Filosofia da Linguagem. 7. ed. Trad. Michel Lahud e Yara F. Vieira. São Paulo: Hucitec, 1995.
BRES, Jacques. “Entendre des voix: de quelques marqueurs dialogiques en français”. In: BRES, J.; LEGRAND, R.; MADRAY F.; SIBLOT, P. (éds.). L’autre en discours. Montpellier III, Praxiling, p. 191-212, 1998. BRES, Jacques; VERINE, Bertrand. “Le bruissement des voix dans le discours: dialogisme et discours rapporté”. Faits de langue, 19, p. 159-170, 2003.
CLAUDEL, Chantal et al. Cultures, discours et langues. Nouveaux abordages. Limoges: Lambert-Lucas, 2013.
CUNHA, Dóris de Arruda Carneiro da. Discours rapporté et circulation de la parole. Leuven/Louvain-la-Neuve: Peeters/Louvain-la-Neuve, 1992.
_____. “O funcionamento dialógico em notícias e artigos de opinião”. In: Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. p. 166-179.
____. “Formas de presença do outro na circulação dos discursos”. Bakhtiniana, São Paulo, v. 1, n.5, p. 116-132, 1º semestre, 2011. _____. “Formes et degrés d’orientation dialogique, genre et point de vue”. In: BRANCA-ROSTOFF, S. et al. L’Hétérogène à l’œuvre dans la langue et les discours, Hommage à Jacqueline Authier-Revuz. 1 ed. Limoges: Lambert-Lucas, 2012. p. 289- 301.
_____. “Comprendre la construction du point de vue dans les commentaires des lecteurs de la presse brésilienne en ligne”. In. CARCASSONNE, Marie et al. Points de vue sur le point de vue. Limoges: Lambert-Lucas, 2015. p. 169-215.
FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e mudança social. Brasília: Editora da UNB, 2001. FARACO, C. A. Linguagem e diálogo – as idéias lingüísticas do círculo de Bakhtin. Curitiba: Criar Edições, 2003.
FRANÇOIS, Frédéric. Rêves, récits de rêve et autres textes. Un essai sur la lecture comme expérience indirecte. Limoges: Lambert-Lucas, 2006. _____. Essais sur quelques figures de l’orientation - hetérogénéité, mouvements et styles. Limoges: Lambert-Lucas, 2009.
____. Quelques points de vue sur les points de vue, In. CARCASSONNNE, Marie et al. Points de vue sur le point de vue, Limoges: Lambert-Lucas, 2015. p. 7-75.
MOIRAND, Sophie. “Les indices dialogiques de contextualisation dans la presse ordinaire”. Cahiers de praxématique, 33, 145-183, 1999.
_____. “Le dialogisme, entre problématiques énonciatives et théories discursives”. Cahiers de praxématique, 43, p. 189-217, 2004.
_____. Les discours de la presse quotidienne. Paris: PUF, 2007.
_____. “Discours, mémoires et contextes: à propos du fonctionnement de l’allusion dans la presse”. Corela [en ligne], HS-6, 2007. Disponível em: < http://corela.revues.org/1567>. Acesso em: 18 dez. 2015.
VALOIS, Michelle; CUNHA, Dóris. “La bivocalité dans un récit autobiographique”. In: Le discours et la langue, tome 2.2, p. 39-49, 2010.
VON MÜNCHOW, Patricia. Les journaux télévisés en France et en Allemagne – Plaisir de voir ou devoir de s’informer. Paris: PUF, 2004. WRONA, Adeline. Face au portrait. De Sainte-Beuve à Facebook. Paris: Hermann, 2012.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2015 Dóris de Arruda C. da Cunha

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Autores que publicam na Revista Investigações concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (exemplo: depositar em repositório institucional ou publicar como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Qualquer usuário tem direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.