Nas fronteiras do discurso outro: o papel da memória em processos de modalização autonímica de empréstimo
Resumen
Neste artigo, debruçamo-nos sobre um corpus constituído pelas retomadas que se produziram em torno do enunciado “Não vamos desistir do Brasil” e da expressão “la Suiza de América”, para observar o funcionamento de formas de modalização autonímica de empréstimo (aspas e alusão). Nosso ponto de partida são as discussões acerca da representação do discurso outro (RDA/Authier-Revuz), que colocamos em diálogo com as noções de condições de produção e memória (Pêcheux). As análises apontam para a vinculação dessas formas ao trabalho da memória discursiva, que determina o modo como uns sentidos vão se cristalizando em detrimento do apagamento de outros.
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