Quilombo Campinho da Independência, Paraty (RJ): território étnico e a luta por uma educação diferenciada

Autores/as

  • Ediléia Carvalho Pontifícia Universidade Católica - RIO
  • Diogo Marçal Cirqueira IEAR-UFF

DOI:

https://doi.org/10.33052/inter.v5i8.241593

Palabras clave:

Educação escolar quilombola , Território Quilombola , Educação Diferenciada , Quilombos

Resumen

Este artigo objetiva contribuir para o tema da educação escolar quilombola. Para tanto se debruça sobre a história da comunidade Campinho da Independência, Paraty, RJ ao protagonizar uma experiência de educação diferenciada calcada na pedagogia do seu território. A coleta de dados ocorreu entre os anos de 2012 e 2019 e contou com: etnografia; entrevistas com as principais lideranças políticas das comunidades pesquisadas; análise de documentos oficiais disponíveis na escola e Secretaria Municipal de Educação. A experiência aqui investigada deriva de uma demanda comunitária acionada por uma política educacional específica, diferenciada e fragilizada em tempo tão algozes. Dessa forma, diante de um cenário político marcado pelo retrocesso de algumas dessas políticas, que vinham consolidando-se em governos anteriores, compreendemos que a experiência aqui trazida reflete processos de luta contra-hegemônica e decoloniais à medida que são protagonizadas de e a partir de sujeitos “Outros”, que sofreram uma história de submissão e subalternização.

Biografía del autor/a

Ediléia Carvalho, Pontifícia Universidade Católica - RIO

Doutora no Programa de Pós-graduação em Educação da PUC-RIO- Educadora na Ong Novamerica. 

 

Diogo Marçal Cirqueira, IEAR-UFF

Professor Doutor, no Departamento de Geografia e Políticas Públicas no IEAR-UFF

Citas

ANJOS, R. S. A. Quilombos: geografia africana-cartografia étnica – territórios tradicionais. Brasília: Mapas, 2009.

ANJOS, R. S. A. Territorialidade quilombola: fotos & mapas. Brasília: Mapas, 2011.

ARROYO, Miguel G. Outros sujeitos, outra pedagogias. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

ARRUTI, José Maurício; MAROUN, Kalyla e CARVALHO, Ediléia. Educação quilombola em debate: A escola em Campinho da Independência (RJ) e a proposta de uma Pedagogia Quilombola.In: CUNHA, Ana Stela de Almeida (Org). Construindo Quilombos, desconstruindo mitos: a Educação Formal e a realidade quilombola no Brasil. São Luís: SETAGRAF, 2011, p. 29- 43.

ARRUTI, José Maurício. “Políticas Públicas para quilombos: Terra, Saúde e Educação” In: Marilene de Paula e Rosana Heringer. (Org.). Caminhos Convergentes - Estado e Sociedade na Superação das desigualdades Raciais no Brasil, Rio de Janeiro: Fundação HenrichBoll, ActionAid, v. 1, p. 75-110. 2009.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Educação Popular. São Paulo: Brasiliense, 1984.

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escola Quilombola. Brasília, DF: 2012.

CANÁRIO, R. A escola tem futuro: das promessas às incertezas. São Paulo: ARTMED, 2006.

CANDAU, Vera Maria (org.). Sociedade, educação e cultura (s): questões e propostas. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

CANDAU, Vera Maria (Org.). Reinventar a escola. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.

CARPENEDO, M. Quando a resistência se torna política pública. Analisando a produção de subjetividade(s) nas políticas públicas de equidade de gênero no campo do trabalho. 150 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) – Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011.

CARVALHO, Ediléia. “Tem que partir daqui, é da gente”: a construção de uma escola “outra” no Quilombo Campinho da Independência, Paraty-RJ. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2016.

CARVALHO, Ediléia. CASTRO-GÓMEZ. Santiago. La poscolonialidad explicada a los niños. Bogotá: Editorial Universidad del Cauca; Instituto Pensar/Universidad Javeriana, 2005.

GOMES, Flávio dos Santos. Mocambos e Quilombos: Uma história do campesinato negro no Brasil -1 ed, - São Paulo: Claro Enigma, 2015

GUSMÃO, Neusa M. M. Campinho da Independência: um caso de proletarização Caiçara. São Paulo: PUC, 1979.

MAINARDES, Jeferson. Abordagem do ciclo das políticas: uma contribuição para a análise de políticas educacionais. Educação & Sociedade. Campinas, SP, v. 27, n. 94, p. 47-69, 2006.

MAROUN, Kalyla. Jongo e educação: a construção de uma identidade quilombola a partir dos saberes étnico-culturais do corpo. Tese (Doutorado). Rio de Janeiro: Programa de Pós-Graduação em Educação. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC/RIO, 2013.

MAROUN, Kalyla e CARVALHO, Ediléia. Experiências de Educação Quilombola: As relações entre escola e comunidade. Revista FAEEBA – Ed. e Contemp., Salvador, v. 26, n. 49, p. 87-102, maio/ago. 2017.

MAROUN, K., NORONHA, Suely, CARVALHO, Ediléia. Educação escolar quilombola: Diálogos e interfaces entre experiências locais e a institucionalização de uma nova experiência de educação no Brasil. ANPED, 2013.

NASCIMENTO, Beatriz. Kilombo e memória comunitária: um estudo de caso. Rio de janeiro, Estudos Afro-Asiáticos 6-7, 1982c, pp. 259-265.

SANTOS, Laura Maria. In: SOLARI, Patrícia (org.). Vivência de saberes: Quilombo Campinho da Independência. Paraty, RJ: UNESCO, 2008.

SOUZA, Vanessa Marcondes. LOUREIRO, Carlos Frederico Bernardo. A educação formal enquanto estratégia de luta dos povos caiçaras da Península da Juatinga, Paraty/RJ. Revista Cadernos de Educação. Nº 51, 2015-UFPeL.

WALSH, Catherine; GARCÍA, Juan. “El pensar del emergente movimiento afroecuatoriano: Reflexiones (des) de un processo”. In: MATO, Daniel (org.). Estudios y Otras Prácticas Intelectuales Latinoamericanas en Cultura y Poder. Caracas: CLACSO, 2002, pp. 317-326.

WALSH, Catherine; GARCÍA, Juan. Etnoeducación e interculturalidad en perspectiva decolonial. In: Seminario Internacional Etnoeducacion e Interculturalidad, 4., 2011, Lima, Perú. Anais... Lima, Perú: CEDET, 2011.

WALSH, Catherine; GARCÍA, Juan. Interculturalidad y (de)colonialidad: Perspectivas críticas y políticas. Visão Global, Joaçaba, v. 15, n. 1-2, p. 61-74, jan./dez. 2012.

WALSH, Catherine; GARCÍA, Juan. Notas pedagógicas a partir das brechas decoloniais. In: CANDAU, Vera Maria (Org.). Interculturalizar, descolonizar, democratizar: uma educação “outra”? Rio de Janeiro: 7 Letras, 2016, pp. 64-75.

Publicado

2019-06-22