Conexão Pindorama: conversas serpenteantes sobre fazer pesquisa, arte e educação desde os sertões de “Paranãmbuko”
DOI:
https://doi.org/10.51359/2525-7668.2023.258971Palavras-chave:
pesquisa contracolonial, confluência, alegoria da serpente, outras metodologiasResumo
O presente relato é fruto das reflexões emergentes do processo de pesquisa Conexão Pindorama, realizada pelo Grupo de Estudos e Pesquisas Macondo: artes, culturas contemporâneas e outras epistemologias, da Universidade Federal Rural de Pernambuco – Unidade Acadêmica de Serra Talhada. As primeiras notas a serem apresentadas aqui, aquilo que chamamos no título de conversas serpenteantes, são exercícios ensaísticos que buscam as articulações entre os modos de narrar indígenas, os desafios impostos pela Lei n° 11.645/2008 em sala de aula e as nossas vivências como professoras e professores em diversos níveis da educação nos sertões pernambucanos. A ideia lançada visa meditar sobre uma práxis de pesquisa contracolonial e confluente (BISPO, 2015) que perpassa a elaboração de outras metodologias, levando em conta intersecções como o manejo da oralidade, da poética e da memória, assim como um olhar acurado para os trânsitos e transbordamentos possíveis entre as fronteiras canônicas da ciência e da arte.Referências
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