Estudos sobre eugenia, culturalismo, educação brasileira e o trabalho empírico de Arthur Ramos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2525-7668.2021.250037

Palavras-chave:

Brasil pós-guerra, Arthur Ramos, Eugenismo, Culturalismo, Identidade Nacional Brasileira

Resumo

Este artigo reúne dados parciais de uma pesquisa de mestrado e tem por objetivo apresentar um recorte referente às transformações política, científica, social e educacional durante o período pós-guerra, tendo como foco o trabalho de Arthur Ramos e os desdobramentos desta perspectiva na sociedade brasileira. Arthur Ramos desenvolveu como médico psiquiatra um projeto educacional em seis escolas públicas do Rio de Janeiro no período de 1934 a 1939 com alunos selecionados por apresentarem dificuldades no processo de ensino e aprendizagem. Com este trabalho empírico o médico psiquiatra em consonância com outros intelectuais deste período ajudou a construir as bases de uma política educacional universalista em meio às perspectivas ancoradas numa ciência biológica evolucionista que tinha raça como conceito central e uma perspectiva culturalista que elegeu o processo de miscigenação para a construção e definição da identidade nacional brasileira.

Biografia do Autor

Flávia Francchini, UFSCar

Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSCar.

Tatiane Cosentino Rodrigues, UFSCar

Doutora em Educação pela UFSCar. Professora Adjunta IV do Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas e do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSCar.

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Publicado

2021-04-05

Edição

Seção

Artigos em fluxo contínuo