Carolina Maria de Jesus e a leitura de mundo no Quarto de Despejo: Andarilhagens no lugar de fala rumo ao inédito viável

Resumo

A vida acadêmica nos possibilita a aproximação com diversos escritores e escritoras. Eles e Elas nos inspiram no debruçar teórico e metodológico junto aos nossos campos investigativos e nossas áreas do conhecimento. Vamos com eles e elas dialogando e construindo e desconstruindo possibilidades de sentir, pensar e agir diante da realidade e das temáticas nela presente. Mesmo com esse diálogo (físico, virtual e literário), eis que a realidade nos impacta de tal forma que, somos levados(as) a nos aproximarmos de outros escritores e escritoras, em busca de outras concepções, cujas leituras são motivadas, muitas vezes, por situações para além da vida acadêmica, nossas vidas, desejos, curiosidades. Digo a vocês que esta é uma experiência muito interessante. O objetivo deste pequeno texto é o de iniciar aproximações entre Carolina Maria de Jesus e o Paulo Freire partindo dos elementos presentes nas obras Quarto de Despejo e Pedagogia do Oprimido. Elementos que nos possibilitem a leitura do Quarto de Despejo na Pedagogia do Oprimido e da Pedagogia do Oprimido no Quarto de Despejo. Para mim, está sendo uma experiência desafiadora, empadada de limites e possibilidades; entretanto, se faz necessária pois existem desafios no pensamento pedagógico e social do professor Paulo Freire, bem como na cotidianidade dos(as) oprimidos(as) que apenas através das aproximações com as criações desses personagens seria possível alargar as brechas e fortalecer as resistências dentro deste sistema inundado por uma retórica do ódio. Esta tarefa tem a ver, também, com o desejo de colaborar com o pensamento decolonial, mas esse é um tema que podemos deixar para uma próxima conversa.