A interculturalidade crítica Pipipã em diálogo com a escola Ayllu

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2525-7668.2021.252825

Palavras-chave:

Território Epistêmico Abya Yala, Educação Escolar Indígena, Povo Pipipã

Resumo

Neste artigo propomos uma reflexão sobre as experiências da educação escolar indígena emancipatória na América Latina como alternativa de enfrentamento aos conhecimentos homogêneos produzidos na Europa, o “norte global” do sistema-mundo capitalista/patriarcal/ moderno/ colonial. A partir da perspectiva teórica dos estudos Pós-coloniais estudamos como ocorre a práxis da educação intercultural crítica e a “insurgência epistêmica, em um contexto de lutas e resistências dos povos do território epistêmico de Abya Yala. Nosso objetivo é dialogar a educação indígena contemporânea do povo Pipipã, localizados em Floresta, no Sertão de Pernambuco com as discussões do pensamento pedagógico da escola Warisata, concebidos por Elizardo Perez (Bolívia). Os resultados são baseados na materialização da desobediência epistêmica na busca por uma educação intercultural como forma de resistência dos povos colonialmente denominados latino-americanos. Nações que questionam as metas narrativas construídas como verdades, em face a autonomia étnico cultural, cada um em seu tempo e lugar.

Biografia do Autor

Luiz Carlos Barbosa de Sá, UFPE

Mestre em Educação Contemporânea pelo PPGEduC do Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.

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Publicado

2021-12-23