Constelação familiar, sexismo e LGBTfobia: Estigmas, trajetórias e identidade de gênero
DOI:
https://doi.org/10.51359/2525-7668.2021.252830Palavras-chave:
Gênero, Constelação familiar, Direitos humanosResumo
Preconceitos relacionados a sexo e gênero são ligados à prática da dominação, discriminação, a comportamentos violentos e estigmas. Visões estereotipadas e sexistas a respeito da população transgênero irão desempenhar importante papel na ocorrência de atitudes de abuso e violência. Esta pesquisa teve por objetivo compreender a LGBTfobia e realizar uma análise crítica das evidências do machismo e sexismo, sob a ótica da constelação familiar, com o intuito de visibilizar os desafios que se apresentam a estigmas, trajetórias e a identidade de gênero, como forma de alicerçar a aceitabilidade às orientações sexuais de cada ser. Nesse sentido, para entender esses fenômenos, buscou-se estudá-los através de abordagens sociais e de gênero. Com o intuito de contribuir nesse aspecto, a presente pesquisa é de caráter qualitativo, exploratório e descritivo, desenvolvida através de uma revisão narrativa de literatura. Buscou-se reunir em uma base de dados pré-definida, referências que discutissem a constelação familiar bem como violências dirigidas à população LGBT. O termo sexo reserva-se às características biológicas predeterminadas do homem e da mulher, enquanto gênero é utilizado para assinalar as características socialmente construídas, que constituem a definição do masculino e do feminino em diferentes culturas. Nos resultados, detectou-se a presença de estereótipos de gênero. O sexismo, também presente, apresentou-se significativamente mais benévolo que hostil. Os achados corroboram a existência de estereótipos de gênero e sexismo ambivalente e a necessidade de desenvolvimento de ações e políticas para sua erradicação.
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