A resistência do campesinato brasileiro frente à industrialização da agricultura
DOI :
https://doi.org/10.51359/2675-3472.2024.264623Mots-clés :
assentamentos, A.U de Oliveira, campesinato, Reforma Agrária, resistência camponesaRésumé
Fazemos parte de uma corrente do pensamento marxista que reconhece, não apenas a existência, como a contemporaneidade do campesinato brasileiro. Isso porque, diferentemente do campesinato russo, no Brasil, essa classe social é historicamente desenraizada, imigrante e itinerante. Seus sujeitos sociais lutam para ingressar na terra, ao mesmo tempo em que, contraditoriamente, encontram-se inseridos no modo capitalista de produção. São exímios produtores familiares que vendem suas mercadorias com o intuito de obter recursos para a aquisição de outros bens indispensáveis à sua reprodução. A presença massiva de propriedades camponesas no Brasil (ainda que detentoras de menos de 25% das terras agrícolas totais do país), bem como a existência de dezenas de milhares de sem-terra acampados, comprova que a resistência camponesa prossegue país afora. Não obstante o avanço da barbárie e da contrarreforma agrária notado após o golpe de 2016 que destitui a presidenta Dilma Rousseff, o campesinato brasileiro continua lutando, seja para ingressar na terra, seja para prosseguir vivendo na terra.
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