Cursos técnicos do Pronatec e teoria do capital humano
caminho para a conformação em meio à precarização
DOI:
https://doi.org/10.51359/2448-0215.2023.260475Palavras-chave:
ifpe, pronatec, cursos técnicos, precarização, teoria do capital humanoResumo
A Teoria do Capital Humano em sua versão nova que aponta para a empregabilidade e não para os empregos, com um grande foco no “empreendedorismo” é elemento fundamental dos cursos profissionalizantes no Brasil, notadamente no Pronatec. Analisamos cursos técnicos ofertados no Campus Vitória de Santo Antão do IFPE, e identificamos uma oferta precária, bem diferente do que ocorre nos cursos técnicos regulares da instituição, precariedade que fica explícita na inexistência de equipamento básicos para as aulas. Os egressos constatam que a promessa de empregabilidade, difundida pelo Pronatec e fortemente alardeada pelos projetos pedagógicos dos cursos, simplesmente não era verdadeira. Percebe-se dessa forma que o binômio formação precarizada e busca pela conformação da classe-que-vive-do-trabalho, tão comum nas políticas públicas de formação profissional no Brasil. tem no Pronatec um novo capítulo.
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