Ecos da contemporaneidade: considerações poéticas na canção “Construção” (1971), de Chico Buarque
DOI:
https://doi.org/10.51359/2175-294x.2025.265128Palavras-chave:
Construção, poesia, cançãoResumo
O presente artigo visa apresentar uma colaboração teórico-analítica sobre relações intrínsecas entre poesia e canção na música Construção (1971), de Chico Buarque. O diálogo é permeado pela ideia de ecos da contemporaneidade, que busca, nas origens, respostas para tal relação. As noções de poesia, intersemiose e entrelugar em autores como Diógenes (2018), Pucheu (2014), Sánchez (2013) e Siscar (2005) são imprescindíveis à compreensão da obra artística contemporaneamente situada. Construção (1971) é, pois, lido como poema autorreferente, que aponta para o entrelugar processual, compreendendo poesia e canção em um sentido pós-autônomo, isto é, usando de sua imbricação teórico-ontológica como caminho analítico.
Referências
BARTHES, Roland. A Morte do Autor. In: O rumor da língua / Roland Barthes; pre-fácio Leyla Perrone-Moisés; tradução Mario Laranjeira; revisão de tradução Andréa Stahel M. da Silva. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004. p. 57-64.
BUARQUE, Chico. [Compositor e intérprete]. Construção. Universal Music Group. 1971. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wBfVsucRe1w . Acesso em: 25 nov. 2024.
BUARQUE, Chico. [Compositor e intérprete]. Deus Lhe Pague. Universal Music Group. 1971. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=rxiafycMSTY&list=PLVnkoLiLMTm6iJV3-bYN6I5lwBBJZLOQy&index=1 . Acesso em: 25 nov. 2024.
CAVALCANTI, Luciano Marcos Dias. Música e poesia em Manuel Bandeira. Estação Literária, Paraná: Vagão, v. 3, p. 30-45. 2009.
DIÓGENES, Danilo. Poesia e antipoesia. Garrafa, Rio de Janeiro, v. 16, n. 45, p. 261-271. 2018.
FALCÃO, Fernanda Scopel. O poema e a canção: uma aproximação intergêneros. In: Multiteorias: correntes críticas, culturalismo e transdisciplinaridade. Vitó-ria/ES: PPGL/MEL, p. 1-7. 2006.
FRIEDRICH, Hugo. Estrutura da lírica moderna: da segunda metade do século XIX a meados do século XX; trad. De Marise M. Curioni; trad. das poesias por Dora F. da Silva. São Paulo: Duas Cidades, 1978.
GUIMARÃES, Fernando. Simbolismo, modernismo e vanguardas. Lisboa: Impren-sa nacional casa da moeda, 1982.
MÜLLER, Jürgen E. Intermidialidade revisitada: algumas reflexões sobre os princípios básicos desse conceito. Trad. Ana Stegh Camati e Brunilda Reichmann. In: DINIZ, Thaïs Flores Nogueira; VIEIRA, André Soares (orgs.). Intermidialidade e Estudos Interartes: desafios da arte contemporânea. v. 2. Belo Horizonte: Rona Editora e FA-LE/UFMG, 2012. p. 75-95.
PAZ, Octavio. O Arco e a lira / Octavio Paz; tradução de Olga Savary. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.
PAZ, Octavio. Os Filhos do Barro: do romantismo à vanguarda. Tradução de Olga Savary. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
PEDROSA, Célia. Poesia e crítica de poesia hoje: heterogeneidade, crise, expansão. Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 29, n. 84, p. 321–333, 2015.
PEREIRA, Moema Sarrapio. Construção, de Chico Buarque: a (outra) história cantada. Revista Memento, Minas Gerais: Departamento de Letras-UNINCOR, vol. 11, n. 1, p. 1-21, 2020.
PLAZA, Julio. Tradução Intersemiótica. 1. São Paulo, Editora Perspectiva, 2003.
PUCHEU, Alberto: Apoesia contemporânea. Rio de Janeiro: Azogue, 2014.
ROCHA, Roosevelt. Lírica Grega Arcaica e Lírica Moderna: Uma Comparação. Litera-tura e Cultura da Antiguidade e sua Recepção em Épocas Posteriores, Porto Alegre, v. 3, n. 2, p. 84-97, 2012.
SÁNCHEZ, Darío de Jesús Gómez. Anotações em torno de razão e poesia. Manuscri-tica, São Paulo, n. 25, p. 60-70, 2013.
SANTOS, Andrio J. R. dos. Poesia lírica: problemas concernentes à definição de gêne-ro e à subjetividade. Littera Online, Maranhão, n. 13, p. 129-144, 2017.
SANTOS, Magda Guadalupe dos Santos; BRANDÃO, Jacyntho Lins. Morte e Amor: A construção do humano na lírica grega arcaica. In: Ensaios de Literatura e Filologia. Minas Gerais: (Antigo) Departamento de Letras Clássicas da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, vol. 4, 1983. p. 117-161.
SCHILLER, Friedrich. Poesia Ingênua e Sentimental. Trad. e apresentação: Márcio Suzuki. São Paulo: Iluminuras, 1991.
SISCAR, Marcos. A cisma da poesia brasileira. In: Sibila. São Paulo, v. 5, n. 8-9, p. 41-60, 2005.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 George Antônio Nogueira da Silva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Revista Investigações concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (exemplo: depositar em repositório institucional ou publicar como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Qualquer usuário tem direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
As obras deste periódico estão licenciadas sob 