“Ou é mesmo verdade. Que nunca me soubeste?": ansiedade de autoria e o sentimento de incomunicabilidade na poesia de Hilda Hilst
DOI:
https://doi.org/10.51359/2175-294x.2025.265110Palavras-chave:
ansiedade de autoria, incomunicabilidade, Hilda Hilst, poesiaResumo
Hilda Hilst (1930-2004), em sua obra poética, expressa um sentimento de incomunicabilidade entre sua produção e seus leitores. Este artigo explora essa temática ao analisar os poemas IV de Balada do Festival (1955) e VI de “Dez chamamentos ao amigo”, presentes no livro Júbilo, memória, noviciado da paixão (1974), a partir das teorias de Sandra Gilbert e Susan Gubar (2017), relacionando a sensação de falta de comunicação ao conceito de ansiedade de autoria. Fica clara a tensão entre a criação e a recepção de sua poesia, evidenciando os percalços de sua inserção em um espaço literário historicamente patriarcal.
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