Lila, uma criança-bruxa: representação da infância em A amiga genial, de Elena Ferrante

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2175-294x.2025.265423

Palavras-chave:

representação da infância, caça às bruxas, literatura contemporânea de autoria feminina, Elena Ferrante

Resumo

Analisaremos a representação da infância da personagem Lila de A amiga genial, de Elena Ferrante, caracterizada por sua irreverência. Considerando que a descrição de Lila tende a associá-la ao mal, basear-nos-emos, sobretudo, nos estudos de Silvia Federici, para quem a imagem da bruxa foi tecida para perpetuação de uma sociedade capitalista e patriarcal que subjugava a mulher. Assim, marcada pela pobreza e pela violência masculina, Lila ressentiu-se com a própria marginalização, adotando uma língua ferina. Embora tenha sido descrita como uma criança-bruxa por guardar essas características, observaremos que ela não conseguiu resistir às investidas de uma comunidade hostil às mulheres.

Biografia do Autor

Bruna Fontes Ferraz, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Professora do Departamento de Linguagem e Tecnologia do CEFET-MG. Doutora e Mestra em Teoria da Literatura e Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). E-mail: bruna.fferraz@gmail.com.

Eduarda Duarte Pena, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Mestranda em Literatura, Cultura e Tecnologia no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens do CEFET-MG. Bolsista da FAPEMIG. E-mail: duduartep@gmail.com.

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Publicado

19-05-2025 — Atualizado em 28-05-2025

Versões

Como Citar

Ferraz, B. F., & Pena, E. D. (2025). Lila, uma criança-bruxa: representação da infância em A amiga genial, de Elena Ferrante. Revista Investigações, 38(1). https://doi.org/10.51359/2175-294x.2025.265423 (Original work published 19º de maio de 2025)

Edição

Seção

Artigo - Literatura (seção livre)

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