Polvos, aranhas e máquinas líricas: uma metodologia para poetas portugueses difíceis

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2175-294x.2025.265620

Palavras-chave:

Herberto Helder, António Franco Alexandre, figuração autoral, lirismo, etologia

Resumo

Herberto Helder e António Franco Alexandre são autores de alguns dos mais difíceis poemas da literatura portuguesa da segunda metade do século XX. A dificuldade de leitura muitas vezes parece decorrente da experiência de encontro com a outridade radical que o poema é e que tem suas raízes na moderna proposta de impessoalidade defendida por poetas como Rimbaud e Fernando Pessoa. O que aconteceria com a dificuldade de leitura se pensássemos que o poema é um polvo, uma aranha ou uma máquina?

Biografia do Autor

Maria Silva Prado Lessa, Universidade de São Paulo

Universidade de São Paulo. Professora de Literatura Portuguesa do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Pós-doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Letras – Vernáculas, da UFRJ (Bolsista Pós-Doutorado Nota 10). E-mail: mariasplessa@gmail.com.

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Publicado

19-05-2025

Como Citar

Lessa, M. S. P. (2025). Polvos, aranhas e máquinas líricas: uma metodologia para poetas portugueses difíceis. Revista Investigações, 38(1). https://doi.org/10.51359/2175-294x.2025.265620

Edição

Seção

A (des)lirização da poesia (pós)moderna

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