A harmonia nas epistemes antiga e renascentista: ética, virtude e heroicidade em Os lusíadas
DOI:
https://doi.org/10.51359/2175-294x.2024.263049Palavras-chave:
Os lusíadas, episteme, renascimento, retóricaResumo
Este artigo apresenta algumas considerações acerca do papel desempenhado pelo conceito de harmonia na constituição das epistemes antiga e renascentista. A partir da visualização de como o Humanismo interpreta o gênero épico por via de uma subordinação da poética à retórica (Alves, 2001), busca-se evidenciar que a jornada dos heróis em Os lusíadas é engrenada em consonância com as estratégias básicas da sistematização retórica de Aristóteles (2011b), e que justamente por ter de alinhar a sua narrativa ética em acordo com a ciência demonstrativa exigida por sua época, Camões acaba por questionar a própria episteme com que dialoga.
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