A harmonia nas epistemes antiga e renascentista: ética, virtude e heroicidade em Os lusíadas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2175-294x.2024.263049

Palavras-chave:

Os lusíadas, episteme, renascimento, retórica

Resumo

Este artigo apresenta algumas considerações acerca do papel desempenhado pelo conceito de harmonia na constituição das epistemes antiga e renascentista. A partir da visualização de como o Humanismo interpreta o gênero épico por via de uma subordinação da poética à retórica (Alves, 2001), busca-se evidenciar que a jornada dos heróis em Os lusíadas é engrenada em consonância com as estratégias básicas da sistematização retórica de Aristóteles (2011b), e que justamente por ter de alinhar a sua narrativa ética em acordo com a ciência demonstrativa exigida por sua época, Camões acaba por questionar a própria episteme com que dialoga.

Biografia do Autor

Pedro Alaim, Universidade Federal da Bahia

Universidade Federal da Bahia. Professor adjunto de Literatura Portuguesa na Universidade Federal da Bahia. Doutor em Literatura e Cultura (UFBA), com período de estágio de doutoramento na University of Southern California (USC); mestre em Literatura e Cultura (UFBA) e graduado em Letras Vernáculas (UFBA). E-mail: pedro.alaim@ufba.br.

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Publicado

14-11-2024

Como Citar

Alaim, P. (2024). A harmonia nas epistemes antiga e renascentista: ética, virtude e heroicidade em Os lusíadas. Revista Investigações, 37(especial). https://doi.org/10.51359/2175-294x.2024.263049

Edição

Seção

500 anos de Camões: tradição, diálogos e perspectivas

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