Marcas de oralidade na obra Quarto de despejo: o diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus
DOI :
https://doi.org/10.51359/1984-7408.2019.239703Mots-clés :
processos fonológicos, relação fala/escrita, normas linguísticas.Résumé
Neste artigo, no qual aborda as marcas de oralidade no livro de Carolina de Jesus, objetivou-se analisar os processos fonológicos de maior ocorrência na obra “Quarto de despejo: o diário de uma favelada”, que foi publicada em forma de diário, em 1960. Pretende-se, com esta análise, compreender em quais contextos ocorrem os processos fonológicos na escrita da autora, haja vista que sua baixa escolaridade pode ter influenciado tal ocorrência durante a produção do texto. Para tal, nos fundamentamos nas teorias de Bagno (2002), Chomsky e Lasnik, (1993), Engelbert (2012), Faraco (2002), Gnerre (1991), Marcuschi e Dionísio (2005), Morais (2009), Roberto (2016) e Silva (2003). Os resultados obtidos demonstram a presença de traços da fala em sua escrita. Além disso, em meio a variados processos fonológicos presentes na obra, a ditongação é o fenômeno fonológico mais recorrente na escrita da autora.
Références
BAGNO, Marcos. Língua, história e sociedade: breve retrospecto da norma-padrão brasileira. In: BAGNO, Marcos (org.). Lingüística da norma. São Paulo: Loyola, 2002, p. 179-200.
CHOMSKY, N.; LASNIK, H. The theory of principles and parameters. In: J. Jacobs; A. von Stechow; W. Sternefeld and T. Venneman (eds.). Syntax: An international handbook of contemporary research (Vol. 1). Handbooks of Linguistics and Communication Science 9. Berlin: de Gruyter, 1993, p. 506–569.
ENGELBERT, Ana Paula Petriu Ferreira. A aquisição da fonologia e da escrita no português brasileiro. In: ENGELBERT, Ana Paula Petriu Ferreira Fonética e fonologia da língua portuguesa. Curitiba: InterSaberes, 2012, p. 141-163.
FARACO, Carlos Alberto. Norma-padrão brasileira: desembaraçando alguns nós. In: BAGNO, Marcos (org.). Lingüística da norma. São Paulo: Loyola, 2002, p. 37-61.
GNERRE, M. Linguagem, poder e discriminação. In: Linguagem, escrita e poder. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991, p. 5-24.
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de Despejo: Diário de uma favelada. 6. ed. São Paulo: F. Alves, 1960.
MARCUSCHI, Luiz Antônio; DIONÍSIO, Ângelo Paiva. Princípios gerais para o tratamento das relações entre a fala e a escrita. In: MARCUSCHI, Luiz Antônio; DIONÍSIO, Ângelo Paiva. Fala e escrita. Belo Horizonte: Autêntica, 2005, p. 13-30.
MORAIS, Arthur Gomes de. A norma ortográfica do português: o que o aluno pode compreender? O que ele precisa memorizar? In: MORAIS, Arthur Gomes de. Ortografia: ensinar e aprender. 5. ed. São Paulo: Ática, 2009, p. 35-44.
ROBERTO, Tania Mikaela Garcia. Conceitos básicos. In: ROBERTO, Tania Mikaela Garcia Fonologia, fonética e ensino: guia introdutório. São Paulo: Parábola Editorial, 2016, p. 15-41.
Processos Fonológicos. In: ROBERTO, Tania Mikaela Garcia Fonologia, fonética e ensino: guia introdutório. São Paulo: Parábola Editorial, 2016, p. 117-137.
SILVA, Thaїs Cristófaro, Fonética. In: SILVA, Thaїs Cristófaro Fonética e fonologia do português: roteiro e estudos e guia de exercícios. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2003, p. 23-116.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
© Autor, concedendo à revista o direito à primeira publicação 2020

Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).