Marcas de oralidade na obra Quarto de despejo: o diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus

Autores

  • Adiel Bernardo da Silva Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Letras, Centro de Artes e Comunicação
  • Caio José Campos da Silva Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Letras, Centro de Artes e Comunicação
  • Gabrielle Claudino da Silva Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Letras, Centro de Artes e Comunicação

DOI:

https://doi.org/10.51359/1984-7408.2019.239703

Palavras-chave:

processos fonológicos, relação fala/escrita, normas linguísticas.

Resumo

Neste artigo, no qual aborda as marcas de oralidade no livro de Carolina de Jesus, objetivou-se analisar os processos fonológicos de maior ocorrência na obra “Quarto de despejo: o diário de uma favelada”, que foi publicada em forma de diário, em 1960. Pretende-se, com esta análise, compreender em quais contextos ocorrem os processos fonológicos na escrita da autora, haja vista que sua baixa escolaridade pode ter influenciado tal ocorrência durante a produção do texto. Para tal, nos fundamentamos nas teorias de Bagno (2002), Chomsky e Lasnik, (1993), Engelbert (2012), Faraco (2002), Gnerre (1991), Marcuschi e Dionísio (2005), Morais (2009), Roberto (2016) e Silva (2003). Os resultados obtidos demonstram a presença de traços da fala em sua escrita. Além disso, em meio a variados processos fonológicos presentes na obra, a ditongação é o fenômeno fonológico mais recorrente na escrita da autora.

Referências

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Publicado

29-03-2020

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