Geomorfologia Estrutural e Relações Morfodinâmicas da Bacia do Ribeirão Vovozinha, Faxi-nal-PR (Structural Geomorphology and Morphodynamic Relations of the Ribeirão Vovozinha Basin, Faxinal-PR)
DOI:
https://doi.org/10.26848/rbgf.v12.2.p641-660Palavras-chave:
Bordas planálticas. Ribeirão Vovozinha. Faxinal-PR. Mapeamento geomorfológico.Resumo
Este artigo tem por finalidade compreender os controles erosivos exercidos, por diferentes níveis de base, representados por diques de diabásio, na bacia hidrográfica do Ribeirão Vovozinha, localizada dentro dos limites municipais de Faxinal, PR. Constatou-se previamente, através de campanhas de campo na área de estudo, segmentos geomorfológicos altimetricamente desnivelados, atribuídos à erosão diferencial por parte da rede de drenagem, submetida a tais influências estruturais. A região faz parte da Serra Geral e está inserida na borda da Bacia Sedimentar de Paraná, no contexto da divisa entre o Terceiro e o Segundo Planaltos Paranaenses. Afloram na área de estudo, da base para o topo, os arenitos, os siltitos e os argilitos da Formação Rio do Rasto, os arenitos das Formações Botucatu e Piramboia e os basaltos da Formação Serra Geral. A partir da análise integrada de dados geológicos e geomorfológicos foram propostos quatro domínios geomorfológicos para a área de estudo: o Domínio das Superfícies Dissecadas e Escarpadas (DSDE), o Domínio das Superfícies Sedimentares Intermediárias (DSSI), o Domínio das Superfícies Estruturais Ígneas Intrusivas (DSEII) e o Domínio das Superfícies Sedimentares Depressionárias (DSSD). O (DSDE) e o (DSSI) correspondem a uma superfície situada a montante da bacia. O (DSSD) representa uma superfície a jusante. O des-nivelamento altimétrico, entre os segmentos geomorfológicos citados, é resultado da atuação diferencial de processos erosivos fluviais, nos terços superior e inferior da bacia, submetida ao controle estrutural exercido por um dique de diabásio, integrado ao (DSEII).
A B S T R A C T
The purpose of this article is to understand the erosive controls exerted by different base levels, represented by diabase dikes, in the Ribeirão Vovozinha basin, located within the municipal boundaries of Faxinal, PR. It was verified, through field campaigns, altimetrically uneven geomorphological segments, attributed to the drainage network differential erosion, subjected to such structural influences. The region is part of the Serra Geral and is inserted at the Paraná Sedimentary Basin border in the context between the Third and Second Plateau in Paraná state. The sandstones, siltstones and argillites of the Rio do Rasto Formation, the sandstones of the Botucatu and Piramboia formations and the basalts of the Serra Geral Formation appear in the study area, from the base to the top. Based on the geological and geomorphological data integrated analysis, four geomorphological domains were proposed for the study area: the Dissected and Steep Surfaces (DSDE) domain, the Intermediate Sedimentary Surfaces (DSSI) domain, the Intrusive Igneous Structural Surfaces (DSEII) domain and the Sedimentary Depression Surfaces (DSSD) domain. The DSDE and DSSI domains correspond to an area located upstream of the basin. The DSSD domain represents a downstream surface. The altimetric unevenness between the mentioned geomorphological segments is a result of the fluvial erosive processes differential performance at the upper and lower thirds of the basin, submitted to the structural control exerted by a diabase dyke, integrated to the DSEII domain.
Keywords: Plateau edges. Vovozinha stream. Faxinal-PR. Geomorphological mapping.
Referências
Ab’saber, A. N. Compartimentação topográfica e domínios de sedimentação Pós-Cretáceos do Bra-sil. 1962. 80 f. Tese (Concurso para a cadeira de Geografia Física) – Departamento de Geografia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
Ab’saber, A. N. 1969, Participação das superfícies aplainadas nas paisagens do nordeste brasileiro. Geomorfologia, São Paulo, 19, 1-38
Ab’saber, A. N. 1970, Províncias geológicas e domí-nios morfoclimáticos no Brasil. Geomorfologia, São Paulo, 18, 1-25.
Almeida, F. F. M. Origem e evolução da plataforma brasileira. Rio de Janeiro: DNPM/DGM, 1967. (Boletim, n. 241).
Bigarella, J. J.; Andrade, G. O. 1965, Contribution to the study of the Brazilian Quaternary. In: Wright Junior, H. E.; Frey, D. G. (Ed.) International stud-ies on the quaternary. New York: Geol. Soc. Am. Spec, 433-451.
Bigarella, J. J.; Mousinho, M. R. 1965, Considerações a respeito dos terraços fluviais, rampas de colú-vio e várzeas. Boletim Paranaense de Geografia, Curitiba, 16-17, 153-97.
Bigarella, J. J.; Mousinho, M. R.; Silva, J. X. 1965, Pediplanos, pedimentos e seus depósitos correla-tivos no Brasil. Boletim Paranaense de Geografia, Curitiba, 16-17, 117-151
DE Martonne, E. 1943, Problemas morfológicos do Brasil Tropical Atlântico. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, 4, 532-550. .
Fortes, E. et al. 2008, Controles morfoestruturais da compartimentação da serra geral: uma abordagem preliminar. Terra Plural, Ponta Grossa, 2, 279-292.
IBGE. Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Manual técnico de geomorfologia. 2. ed. Rio de Janeiro, 2009.
Instituto de Terras, Cartografia e Geociências - ITCG. Dadosgeoespaciais de referência. Disponível em: <http://www.itcg.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=105>. Acesso em: 26 mar. 2015.
King, L. A1956, geomorfologia do Brasil oriental. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, 2, 147-265.
King, L. C.1953, Canons of landscape evolution. Bulletin of Geological Society of America, Wash-ington, 7, 721-732
Maack, R. 1968, Geografia física do estado do Para-ná. 3. ed. Curitiba: Imprensa Oficial, pp350.
Manieri, D. D. Comportamento morfoestrutural e dinâmica das formas do relevo da bacia hidrográ-fica do rio São Pedro Faxinal-PR. 2010. 89 f. Dis-sertação (Mestrado em Geografia) - Universidade Estadual de Maringá, Maringá.
Mineropar - Minerais do Paraná S. A. Atlas geológico do Paraná. Curitiba: Secretaria de Indústria, Co-mércio e do Turismo do Estado do Paraná, 2001. Disponível em: <http://www.mineropar.pr.gov.br/arquivos/File/MapasPDF/atlasgeo.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2015.
Santos, F. R. Condicionamento morfoestrutural do relevo e neotectônica da bacia hidrográfica do Bufadeira – Faxinal-PR. 2010. 46 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Estadu-al de Maringá, Maringá.
Strugale, M. Arcabouço e evolução estratigráfica do Arco de Ponta Grossa no Grupo São Bento (Me-sozoico): implicações na hidrodinâmica do siste-ma aquífero Guarani na migração de hidrocarbo-netos na Bacia do Paraná. 169 f. 2002. Disserta-ção (Mestrado em Geologia Exploratória) - Pro-grama de Pós-Graduação em Geologia, Universi-dade Federal do Paraná, Curitiba.
Strugale, M. et al. 2007.Structural framework and Mesozoic-Cenozoic evolution of Ponta Grossa Arch, Paraná basin, southern Brazil. Journal of South American Earth Sciences, Oxford, 24, 203-227.
Thomas, S. L. 1984, Sinopse sobre a geologia do Paraná. Boletim de Geografia, Maringá, 2.
Valeriano, M. M. Modelo digital de variáveis morfo-métricas com dados SRTM para o território naci-onal: projeto Topodata. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 12. 2005, Goiânia. Anais... Goiânia: INPE, 3595- 3602. Disponível: <http://marte.dpi.inpe.br/col/ltid.inpe.br/sbsr/2004/10.29.11.41/doc/3595.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2015.
Vargas, K. B. et al. 2013, Evolução geomorfológica de feição dômica nas bordas planálticas do norte central paranaense. In: Simpósio Brasileira de Geografia Física Aplicada 15, Vitória. Anais.
Zalán, P. V. et al. 1990. Bacia do Paraná. In: Raja Gabiglia, G. P.; Milani, E. J. (Org.). Origem e evo-lução de bacias sedimentares. Rio de janeiro: Pe-trobras,135-168.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Eder Borges, Edison Fortes

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Revista Brasileira de Geografia Física concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (exemplo: depositar em repositório institucional ou publicar como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão para disponibilizar seu trabalho online antes ou durante o processo editorial, em redes sociais acadêmicas, repositórios digitais ou servidores de preprints. Após a publicação na Revista Brasileira de Geografia Física, os autores se comprometem a atualizar as versões preprint ou pós-print do autor, nas plataformas onde foram originalmente disponibilizadas, informando o link para a versão final publicada e outras informações relevantes, com o reconhecimento da autoria e da publicação inicial nesta revista.
Qualquer usuário tem direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.