Forma Da Vertente Como Condição De Contorno Na Instabilidade De Encosta
DOI:
https://doi.org/10.26848/rbgf.v14.3.p1496-1512Palavras-chave:
Movimentos de massa, Forma da vertente, SHALSTABResumo
Entre os principais motivos para a deflagração dos movimentos de massa estão as características geomorfológicas. A declividade é a característica geomorfológica de maior destaque na literatura, porém outros fatores ambientais influenciam na configuração dos movimentos de massa, mas devido as suas complexidade e incertezas muitos deles não são utilizados, portanto o objetivo desse trabalho foi investigar os efeitos da forma da vertente como condição de contorno de movimentos de massa. O estudo foi realizado na bacia do Gigante com 1,65 km², afluente do rio Jacareí, localizado no município de Antonina - PR. As formas da vertente foram representadas a partir das rupturas de relevo e das áreas de concentração de sedimentos, interpretadas a partir da combinação entre a declividade e os planos e perfis de curvatura. Para servir de comparação foi feita uma simulação de instabilidade usando-se o modelo SHALSTAB e ambos os resultados foram verificados com um inventário de cicatrizes da área em uma matriz de confusão. A utilização das formas de vertente resultou em 71% de eficiência na indicação de áreas instáveis enquanto a simulação realizada com o modelo SHALSTAB obteve 61%. A maior eficiência alcançada com o primeiro método se justifica por menos exageros e erros na delimitação da instabilidade. Os resultados indicam que a forma da vertente usados em conjunto com a variável declividade diminuem a superestimação da simulação de áreas de instabilidade, evidenciando o potencial de sua utilização para futuros estudos de instabilidade de encosta.
Strand Shape as Contour Condition in Slope Instability1
ABSTRACT
The geomorphological characteristics are among the main reasons for the triggering of mass movements. The slope is the most prominent geomorphological feature mentioned in the literature, however other environmental factors influence the configuration of mass movements, but due to their complexity and uncertainties many of them are neglected, therefore the goal of this study was to investigate the effects of the slope shape as a boundary condition of mass movements. The study was carried out in the 1.65 km² Gigante basin, a tributary of the Jacareí river, located in Antonina - PR. The slope shapes were represented from the relief ruptures and sediment concentration areas, represented from the combination of slope and planes and profiles curvatures. For comparison, a simulation was performed using the SHALSTAB model and both results were verified with a mass movement inventory of the area in a confusion matrix. The use of slope forms resulted in a efficiency of 71% while the simulation performed with the SHALSTAB model obtained 61%. The higher efficiency achieved with the first method is justified by fewer exaggerations and errors in the delimitation of instability areas. The results indicate that the slope curvature used together with the slope variable decreases the overestimation of the instability area simulation, highlighting the potential of its use for future slope instability studies.
Keywords: Mass movements; Slope curvature; SHALSTAB.
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