Representações e práticas urbanas nos Sertões do São Francisco: O caso da catedral de Petrolina
DOI:
https://doi.org/10.51359/2525-6092.2019.242090Palavras-chave:
Sertão, civilização, arquitetura, representaçõesResumo
Construída na década de 1920, a Catedral do Sagrado Coração de Jesus transformara a cidade de Petrolina. Situada às margens do Rio São Francisco, a cidade era vista como local estratégico nos planos de interiorização do Estado na Primeira República. Entendida como uma região sertaneja a ser civilizada, muitos foram os projetos materializados sob discursos de civilização a serem pensados: implantação de ramais ferroviários, projetos de irrigação, colônias agrícolas e navegabilidade do Rio São Francisco. Junto a essas propostas, aparecia também o programa de uma Catedral, com seus materiais e soluções construtivas modernos e formas arquitetônicas ao gosto francês, conferindo sentidos de uma ideia civilizatória na cidade, que também acarretaram numa série de intervenções no tecido urbano de Petrolina, como abertura de avenidas, demolição de arruados antigos e mudanças de centralidade em torno da antiga Matriz para a região da nova Catedral em construção. A proposta desse artigo é, portanto, problematizar sob uma perspectiva da História Cultural, a emergência das práticas e representações tomadas sob o sentido de civilização em torno da forma e do cotidiano da cidade de Petrolina na década de 1920 a partir da construção de sua catedral, e em paralelo aos outros projetos civilizatórios.
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