Os mal-amados, de Lourdes Ramalho: tragédia moderna, regionalidade e cultura da honra
DOI:
https://doi.org/10.51359/2175-294x.2020.245025Palavras-chave:
Lourdes Ramalho, dramaturgia nordestina, tragédia moderna, cultura da honra.Resumo
Propõe-se a análise-interpretação da peça Os mal-amados, de Lourdes Ramalho, na qual as representações estéticas carregam resíduos do patriarcado postos em tensão com as tentativas de subverter o domínio masculino, justamente, pelas ações das personagens femininas em vista de novas estruturas emergentes, em meio a uma “cultura da honra”. Assim, interpretam-se as contradições no plano da forma/conteúdo que enformam esta tragédia moderna, evidenciando, portanto, suas vinculações com a regionalidade nordestina e apresentando este texto a uma nova comunidade de leitores.
Referências
AGUIAR, Neuma. Patriarcado, sociedade e patrimonialismo. Sociedade e Estado, Brasília, v. 15, n. 2, p. 303-330, dez. 2000.
BRANDÃO, Tania. Uma empresa e seus segredos: Companhia Maria Della Costa. São Paulo: Perspectiva: Rio de Janeiro: Petrobrás, 2009.
CHIAPPINI, Ligia. Velha praga? Regionalismo literário brasileiro. In: PIZARRO, Ana (org.). América Latina: palavra, literatura e cultura. São Paulo: Memorial da América Latina; Campina, SP: Editora da UNICAMP, 1994. p. 665-702. v.2.
FERNANDES, Nanci. Os grupos amadores. In: FARIA, João Roberto (dir.). História do teatro brasileiro, volume 2: do modernismo às tendências contemporâneas. São Paulo: Perspectiva: Edições SESCSP, 2013. p. 56-80.
GOUVEIA, Valdiney V. et al. Preocupação com a honra no Nordeste brasileiro: correlatos demográficos. Psicologia & Sociedade, Belo Horizonte, v. 25, n. 3, p. 581-591, 2013.
HAESBAERT, Rogério. Região, regionalização e regionalidade: questões contemporâneas. Antares: Letras e Humanidades, Caxias do Sul, n. 03, p. 01-23, jan. - jun. 2010.
NARVAZ, Martha Giudice; KOLLER, Sílvia Helena. Famílias e patriarcado: da prescrição normativa à subversão criativa. Psicologia & Sociedade, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 49-55, abr. 2006.
PITT-RIVERS, John. Honra e posição social. In: PERISTIANY, John G. Honra e vergonha: Valores das sociedades mediterrânicas. 2. ed. Lisboa: Fundação Caloute Gulbenkian, 1988, p. 11-59.
RAMALHO, Maria de Lourdes Nunes. Os Mal-Amados. In: CORRÊA NETO, Alarico et. al. Teatro paraibano, hoje. João Pessoa: A União, 1980. p. 81-150.
RIBEIRO, Lucas Mello Carvalho; LUCERO, Ariana; GONTIJO, Eduardo Dias. O ethos homérico, a cultura da vergonha e a cultura da culpa. Psychê, São Paulo , v. 12, n. 22, p. 125-138, jun. 2008.
ROHDEN, Fabíola. Para que serve o conceito de Honra, ainda hoje?. Ensaio Bibliográfico, Campos, v.2, n.7, p.101-120, ago. 2006.
SARRAZAC, Jean-Pierre. Sete observações sobre a possibilidade de um trágico moderno – que poderia ser um trágico (do) quotidiano. Pitágoras 500, Campinas, v.4, p. 3-15, abr. 2013.
SZONDI, Peter. Teoria do drama moderno (1880-1950). Trad. Luiz Sérgio Repa. São Paulo: Cosac & Naify Edições, 2001.
WILLIAMS, Raymond. Tragédia Moderna. Trad. Betina Bischof. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.
WILLIAMS, Raymond. Drama from Ibsen to Brecht. Londres: Pelican Books, 1983.
WILLIAMS, Raymond. Marxismo e Literatura. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Diógenes André Vieira Maciel, Monalisa Barboza Santos Colaço

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Revista Investigações concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (exemplo: depositar em repositório institucional ou publicar como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Qualquer usuário tem direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.