Tios, perus e tucano: notas sobre um perspectivismo rosiano

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.51359/2175-294x.2023.257781

Mots-clés :

Guimarães Rosa, Primeiras Estórias, perspectivismo.

Résumé

Este artigo propõe uma leitura comparativa entre dois contos de Guimarães Rosa publicados em Primeiras Estórias (1962), “As margens da alegria” e “Os cimos”. O espelhamento dessas estórias nos permitirá apontar o posicionamento político-artístico do autor que será caracterizado, aqui, como um posicionamento perspectivista. O tratamento literário da colonização do sertão brasileiro nesses contos não faz apenas a denúncia crítica da destruição do ecossistema do cerrado, mas apontará também para o ataque contra um regime social perspectivista constituído pela mútua implicação afetiva dos seres que povoam o que costumamos separar como “natureza” e “sociedade”.

Biographie de l'auteur

Rafael Pansica, Instituto de Estudos da Linguagem (IEL/Unicamp)

Rafael Pansica é Doutor em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (2016), com mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina (2008) e graduação em Ciências Sociais pela UFMG (2004). É também mestre em Performance Musical pela Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente, é doutorando no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL/Unicamp) com pesquisa na linha de Teoria e História Literária. Foi vencedor do XVI BDMG Instrumental (2016) em duas categorias: compositor e arranjador. Tem experiência na área das Artes (Literatura e Música) e da Antropologia, com ênfase em Literatura Brasileira, Teoria Literária, Guimarães Rosa, Música Brasileira, Etnologia Indígena e Teoria Antropológica

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Publiée

2023-07-18

Comment citer

Pansica, R. (2023). Tios, perus e tucano: notas sobre um perspectivismo rosiano. Revista Investigações, 36(1). https://doi.org/10.51359/2175-294x.2023.257781

Numéro

Rubrique

Artigo - Literatura (seção livre)

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