Tios, perus e tucano: notas sobre um perspectivismo rosiano
DOI:
https://doi.org/10.51359/2175-294x.2023.257781Palavras-chave:
Guimarães Rosa, Primeiras Estórias, perspectivismo.Resumo
Este artigo propõe uma leitura comparativa entre dois contos de Guimarães Rosa publicados em Primeiras Estórias (1962), “As margens da alegria” e “Os cimos”. O espelhamento dessas estórias nos permitirá apontar o posicionamento político-artístico do autor que será caracterizado, aqui, como um posicionamento perspectivista. O tratamento literário da colonização do sertão brasileiro nesses contos não faz apenas a denúncia crítica da destruição do ecossistema do cerrado, mas apontará também para o ataque contra um regime social perspectivista constituído pela mútua implicação afetiva dos seres que povoam o que costumamos separar como “natureza” e “sociedade”.Referências
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