Os efeitos do silêncio da ministra Damares Alves
DOI:
https://doi.org/10.51359/2175-294x.2022.254284Parole chiave:
twitter, violência contra mulher, rumor, arte de calar.Abstract
O presente artigo explora, por meio de conceitos e referenciais teóricos da análise do discurso digital, os sentidos do silêncio de Damares Alves, enquanto ministra de Estado, no lançamento da campanha “Enfrentamento à Violência Contra a Mulher”, em novembro de 2019. Tomamos o conceito de silêncio constitutivo (ORLANDI, 2007) em que o silêncio de Damares pode ser entendido como simulacro com os contornos de performance. O corpus foi composto a partir de publicações no Twitter na conta oficial da ministra (@DamaresAlves). Buscamos abordar os efeitos de sentido produzidos quando diferentes formações discursivas significaram o silêncio da ministra.
Riferimenti bibliografici
ALVES, Damares. “Ninguém entendeu meu silêncio, mas agora eu explico pra vocês. Denuncie a violência contra a mulher. Ligue 180. #vctemvoz”. Brasília, 25nov. 2019, 15:41. Twitter: @DamaresAlves. Disponível em: https://Twitter.com/DamaresAlves/status/1199042712550461441 Acesso em: 28 abr. 2021.
BECK, Maurício. Apraxia e silenciar: formas resistência-revolta por meio de uma subtração subjetiva. In: História das ideias: nos domínios da língua(gem). Revista Conexão Letras, Porto Alegre, v. 8, n. 10, p. 71-82, 2013.
BECK, Maurício; FONSECA, Rodrigo Oliveira; SANTOS, Aretuza Pereira dos. Recortes discursivos, paradigma indiciário e procedimentos contraindutivos. Revista Linguagem em (Dis)curso, Tubarão, v. 19, n. 1, p. 153-171, jan./abr. 2019.
DIAS, Cristiane. A análise do discurso digital: um campo de questões. Revista Redisco, Vitória da Conquista, v. 10, n. 2, p.8-20, jul./dez. 2016.
DINOUART, Josep-Antoine-Toussaint. A arte de calar. Tradução Luiz P. Ribeiro. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
GRIGOLETTO, Marisa. Silenciamento e memória: discurso e colonização britânica na índia. In: Discurso, língua e memória. Revista Organon, Porto Alegre, v. 17, n. 35, p. 229-243, jun. 2003.
INDURSKY, Freda. A fala dos quarteis e as outras vozes. 2. ed. Campinas: Editora Unicamp, 2013.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Atlas da violência 2020. In: Portal Atlas da violência, online, 2020. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/arquivos/artigos/3519-atlasdaviolencia2020completo.pdf Acesso em: 16 nov. 2021.
LEITÃO, Matheus. Silêncio em coletiva foi ideia da própria Damares em reunião com assessores próximos. Portal G1, online, 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/politica/blog/matheus-leitao/post/2019/11/26/ideia-de-ficar-em-silencio-em-coletiva-partiu-de-damares-em-reuniao-com-assessores-mais-proximos.ghtml. Acesso em: 16 nov. 2021.
ORLANDI, Eni. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. Campinas: Editora da Unicamp, 2007.
PAVEAU, Marie-Anne. [Dictionnaire] Composite. Technologies discursives [Carnet de recherche], 2015. Disponível em: http://technodiscours.hypotheses.org/?p=699 Acesso em: 30 abr. 2021.
PÊCHEUX, Michel. Papel da memória. In: ACHARD, P. et al. (Org.) Papel da memória. Tradução e introdução José Horta Nunes. Campinas: Pontes, 1999.
PÊCHEUX, Michel. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Tradução Eni Pulcinelli Orlandi, Lorenço Chacon J. filho, Manoel Luiz Gonçalves Corrêa e Silvana M. Serrani, 5. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2014.
SCHNEIDERS, Caroline Mallmann. Do retorno ao arquivo à constituição do corpus e dos gestos de interpretação. In: A noção de arquivo em Análise do Discurso: relações e desdobramentos. Revista Conexão Letras, Porto Alegre, v. 9, n. 11, p. 99-109, 2014.
SILVEIRA, Juliana da. Rumor(es) e humor(es) na circulação de hashtags do discurso político ordinário no Twitter. 2015. 210f. Tese (Doutorado em Letras) – Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2015.
Downloads
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2022 Ciro Antônio das Mercês Carvalho, Elisiane Santos de Matos, Maurício Beck

TQuesto lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione 4.0 Internazionale.
Autores que publicam na Revista Investigações concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (exemplo: depositar em repositório institucional ou publicar como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Qualquer usuário tem direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.