A representação da mulata no progresso fraturado de Gabriela, Cravo e Canela

Autores

  • Ismael C. Freitas Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.51359/1984-7408.2019.239598

Palavras-chave:

Gabriela, Jorge Amado, mulata, modernização, herança escravocrata

Resumo

O presente trabalho tem como proposição uma leitura à contrapelo (BENJAMIN, 2012) de Gabriela, Cravo e Canela (1958), romance de Jorge Amado. O foco recai na representação da mulata na personagem Gabriela de forma a balizar a leitura. Dessa forma, faz-se necessário a prerrogativa das análises de gênero, raça e classe na caracterização da protagonista como determinações sócio-históricas na obra. O recorte da cena, a exemplo de Erich Auerbach (2015), permite entrever os tensionamentos históricos dinamizados na representação da personagem. Pretende-se, com isso, colocar em relevo, através da representação (potencialmente) fetichizada de Gabriela, tensões históricas da sociabilização brasileira. A interpretação do romance traz à tona a contraposição entre as heranças escravistas patriarcais e os discursos de modernização e progresso no romance de Jorge Amado.

Biografia do Autor

Ismael C. Freitas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Estudante de graduação em Letras pela Universidade Federal do RIo Grande do Sul

Referências

AMADO, Jorge. Gabriela, cravo e canela: crônica de uma cidade do interior; posfácio de José Paulo Paes. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

AUERBACH, Erich. Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental. São Paulo: Perspectiva, 2015.

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 2012.

DUARTE, Constância Lima. As relações sociais de gênero em Gabriela, Cravo e Canela. (Págs 165 a 174). In.: Jorge Amado: leituras e diálogo em torno das obras / Rita Olivieiri Godet, Jacqueline Penjon, org. Salvador: FCJA, 2004.

LÖWY, Michael. Walter Benjamin: aviso de incêndio: uma leitura das teses “Sobre o conceito de história”; tradução de Wanda Nogueira Caldeira Brant. São Paulo: Boitempo, 2005.

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Publicado

29-01-2020

Edição

Seção

Artigos