Tristão e Isolda e Fernando e Isaura, do medieval para a contemporaneidade: literatura popular, mito e (re)construção do espaço sertanejo
Palavras-chave:
Literatura, Mito, Nordeste, PopularResumo
Este estudo analisa a representação do sertão feita por Ariano Suassuna na obra A história de amor de Fernando e Isaura (1956), releitura da obra medieval, de autoria anônima, O romance de Tristão e Isolda, que retoma, na literatura, o mito celta de origem oral e popular. O trabalho pensa brevemente o processo mitológico na contemporaneidade, em conformidade com Mofardini (2005), concentrando-se especificamente na reescrita contemporânea, analisando-a mediante a nova concepção de mundo em relação às sociedades arcaicas. Além disso, pretende-se entender, através de uma metodologia comparativa, as mudanças ocorridas em virtude dos diferentes contextos históricos de produção e a perda do elemento mágico no romance de Ariano Suassuna. Ademais, busca-se entender como Ariano inicia seu projeto de transfigurar elementos da cultura popular em literatura a partir de Fernando e Isaura, sua primeira obra em prosa, e a (re)construção de um sertão nas perspectivas do Movimento Armorial, através de Idelette Santos (2009) e do mito celta, através de Maria Barros (1996). Por fim, entende-se como resultado que a reescrita do mito possui uma contextualização moderna do amor, apresentando novas formas de racionalização da realidade. Além disso, o trabalho demonstra a importância dessa reescrita do mito como prenúncio daquilo que viria a ser a estética armorial, e a reconstrução de um sertão com base na infância e vivência cultural de um paraibano que buscou moldar uma nova literatura.
Referências
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