Cobra Norato e Martim Cererê: vanguarda e kitsch no Modernismo brasileiro
Palavras-chave:
vanguarda, kitsch, modernismo, Cassiano Ricardo, Raul BoppResumo
O desenvolvimento das indústrias, o colapso dos grandes impérios e a má resolução dos conflitos gerados após a implementação da república no Brasil desembocam no movimento modernista. As questões de maior importância que aqui se pretendem ser ensaiadas são: a automatização da obra de arte, a reprodução do efeito artístico para as massas, o caráter de vanguarda e seu potencial de humanização. Valendo-se dos conceitos de vanguarda e kitsch, expostos por Campos (1969), do conceito de literatura enquanto humanização de Candido (2011) e da desautomatização perceptiva proposta por Chklovski (1976) pretende-se expor uma análise contrastiva das obras de Raul Bopp (2014), Cobra Norato, e Cassiano Ricardo, Martim Cererê (2001). Dessa forma, conclui-se que a obra de Cassiano Ricardo (2001) é reflexo de um projeto de apagamento filiado ao verdeamarelismo, ao Manifesto Nhengaçu (1927), que não abre mão do kitsch para inserir-se no plano estético da nova república, enquanto a obra de Bopp (2014), na via oposta, se projeta como vanguarda, abrindo espaço para uma visão crítica do cenário literário e social na recém instaurada República Federativa do Brasil.Referências
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