Da precarização à autonomia estranhada: nexos psicofísicos da docência em Pernambuco
DOI:
https://doi.org/10.51359/2448-0215.2022.254183Palavras-chave:
trabalho docente, Ensino Médio – Pernambuco, nexos psicofísicos, hegemonia, precarização.Resumo
O artigo analisa o perfil docente exigido na rotina de trabalho do modelo Tese e os nexos psicofísicos criados para conformar ideologicamente sua filosofia e cultura de trabalho. Para tanto, analisamos os principais documentos que orientam a proposta nos valendo da técnica da análise de conteúdo (BARDIN, 1977). Em nossa abordagem teórico-metodológica utilizamos categorias de análise oriundas, especialmente, das reflexões de Gramsci em Americanismo e Fordismo (2007). Constatamos que existem pelo menos três nexos psicofísicos, extraídos do mundo empresarial, que condicionam uma estrutura de trabalho docente profundamente precarizada em várias dimensões (concepção, jornada, atribuições, saberes e direitos), a saber: responsabilização consentida, (des)especialização polivalente e (des)politização corporativa. A articulação desses nexos psicofísicos contribui para a produção de uma falsa autonomia que estamos qualificando como estranhada.
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