UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL DECOLONIAL

Autores/as

  • Filipe Arnaldo Cezarinho UFRRJ

DOI:

https://doi.org/10.32359/debin2023.v6.n21.p297-324

Palabras clave:

Cotidiano, Experiência, Patrimônio Cultural Imaterial.

Resumen

Este ensaio propõe um estilo de Educação Patrimonial Decolonial direcionando olhares para o campo da vivência cotidiana das pessoas comuns com seus patrimônios culturais, tomando a Guerra de Espadas, em Cruz das Almas/BA, como objeto de estudo. Argumenta-se que os estudos recentes sobre Educação Patrimonial se instalam na relação instituições-comunidades, conforme a sua origem conceitual institucionalizada, não abrindo incursões para compreensão de atitudes de Educação Patrimonial sem a presença de agentes do patrimônio ou de movimentos sociais organizados. A consequência é a não observância e o desperdício de experiências concretas evocadas por comunidades que não estão organizadas em termos formais ou iluminadas por lógicas eurocentradas. A pesquisa investiga textos teórico-conceituais sobre Educação Patrimonial contidos nos Cadernos Temáticos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. A leitura desses trabalhos vem sendo realizada pelos crivos teóricos decoloniais.

Biografía del autor/a

Filipe Arnaldo Cezarinho, UFRRJ

Doutorando em História pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Bolsista Aluno Nota 10 - FAPERJ

Citas

AQUINO, Cristiane Valdevino de. Educação patrimonial na sala de aula: a escola como patrimônio cultural. In: TOLENTINO, Átila Bezerra (Org.). Educação patrimonial entre escola, museu e cidade. Instituto do patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). João Pessoa: Iphan, 2014. – (Caderno Temático 4). p. 25-31.

BERNARDINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES, Nelson; GROSFOGUEL, Ramón. Introdução: decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. In: BERNARDINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES, Nelson; GROSFOGUEL (Orgs.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. 2. Ed.; 3 reimp. – Belo Horizonte: Autêntica, 2020. p. 9-26.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais n°s 1/1992 a 66/2010, pelo Decreto Legislativo nº 186/2008 e pelas Emendas Constitucionais de Revisão n°s 1 a 6/1994, - 33. ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2010.

BRASIL. Decreto Nº 3.551, de 4 de agosto de 2000. Institui o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem patrimônio cultural brasileiro, cria o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial e dá outras providências. Presidência da República, Brasília, 2000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3551.htm. Acesso em: 30 ago. 2021.

CEZARINHO, Filipe Arnaldo. Por uma pedagogia da espada: saberes tradicionais na Guerra de Espadas em Cruz das Almas em Cruz das Almas/BA. Sillogés, v. 5, n. 1, p. 229-261, jan./jul. 2022.

CEZARINHO, Filipe Arnaldo. Homens e mulheres na Guerra de Espadas em Cruz das Almas-BA (1980-2018). In: PRIORI, Cláudia; PEREIRA, Márcio José (Orgs.). Os estudos de gênero e seus percursos: intersecções possíveis com a história pública. 1 ed. – Curitiba: Brazil Publishing, 2020.

CEZARINHO, Filipe Arnaldo. A Guerra de Espadas em Cruz das Almas (BA) – (1980-2011). 195 f. 2018. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Estadual do Centro-Oeste, Irati, PR, 2018.

CERTEAU, Michel de. A escrita da História. 3. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2013.

CERTEAU. Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 2007.

CHAGAS, Mário. Educação, museu e patrimônio: tensão, devoração e adjetivação. In: TOLENTINO, Átila Bezerra (Org.). Educação patrimonial: educação, memórias e identidades. João Pessoa: Iphan, 2013. p. 27-31.

Decreto N° 3.551, de 4 de agosto de 2000. Institui o registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem patrimônio cultural brasileiro, cria o Programa nacional do patrimônio Imaterial e dá outras providências, 2000.

DEMARCHI, João Lorandi. Educação, patrimônio e sujeitos: diálogo democrático. In: TOLENTINO, Átila Bezerra; BRAGA, Emanuel Oliveira (Orgs.). Educação Patrimonial: políticas, relações de poder e ações afirmativas. João Pessoa: IPHAN-PB; Casa do Patrimônio da Paraíba, 2016. – (Caderno Temático; 5). p. 49-56.

DÍAZ PÉREZ, Vianney Rocío. El pensamiento decolonial: una apuesta hacia los saberes ancestrales para la construcción de la identidade latino-americana. Atualidades pedagógicas, v. 1, n. 70, p. 125-145, julio-deciembre, 2017.

FLORÊNCIO, Sônia Regina Rampim. Educação patrimonial: um processo de mediação. In: TOLENTINO, Átila Bezerra (Org.). Educação patrimonial: reflexões e práticas. João Pessoa: Superintendência do Iphan na Paraíba (Caderno Temático 2), 2012. p. 22-29.

FLORÊNCIO, Sônia Regina Rampim. Educação patrimonial: algumas diretrizes conceituais. In: PINHEIRO, Adson Rodrigo S. (Org.). Cadernos do patrimônio cultural: educação patrimonial. – Fortaleza, Secultfor: iphan, 2015. p. 19-30.

FLORÊNCIO, Sônia Rampim et al. Educação Patrimonial: inventários participativos: manual de aplicação. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Brasília-DF, 2016.

FLORÊNCIO, Sônia Rampim et al. Educação Patrimonial: histórico, conceitos e processos. Instituto do patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 2014.

HORTA, Maria de Lourdes Parreiras; GRUNBERG, Evelina; MONTEIRO, Adriane Queiroz. Guia básico da Educação Patrimonial. Brasília: IPHAN. Museu Imperial, 1999.

KRENAK, Ailton. Sobre a reciprocidade e a capacidade de juntar mundo. In: KRENAK, Ailton; SANTOS, Boaventura de Sousa; SILVESTRE, Helena. O sistema e o antissistema: três ensaios, três mundos no mesmo mundo. Belo Horizonte: Autêntica, 2021. p. 63-78.

KRENAK, Ailton; CAMPOS, Yussef. Lugares de origem. São paulo: Jandaíra, 2021.

MALDONADO-TORRES, Nelson. Analítica da colonialidade e da decolonialidade: algumas dimensões básicas. In: BERNADINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES, Nelson; GRSFOGUEL, Ramón (Org.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. 2. Ed.; 3. Reimp. – Belo Horizonte: Autêntica, 2020.

MIGNOLO, Walter. El pensamiento descolonial: reflexiones finales. Comentario Internacional, n. 7, p. 186-192, II semestre 2006 / I semestre 2007a.

MIGNOLO, Walter. El pensamiento decolonial: desprendimiento y apertura. Un manifesto. In: CASTRO GOMÉZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón (org.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bobotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007b. p. 25-46.

OLIVEIRA, Adriana da Silva. Entre a cruz e a espada: práticas culturais e identidades no São João em Cruz das Almas. 177f. 2012. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Estadual da Bahia – Departamento de Ciências Humanas, Campus V, Santo Antônio de Jesus, 2012.

SCIFONI, Simone. Educação e patrimônio cultural: reflexões sobre o tema. In: TOLENTINO, Átila Bezerra (Org.). Educação patrimonial: reflexões e práticas. João Pessoa: Superintendência do Iphan na Paraíba, 2012. p. 30-37.

SCIFONI, Simone. Para repensar a educação patrimonial. In: PINHEIRO, Adson Rodrigo S. (Org.). Cadernos do patrimônio cultural: educação patrimonial. Fortaleza: Secultfor: Iphan, 2015.

SANTOS, Antônio Bispo. Colonização, quilombos: modos e significações. Brasília: INCT, 2015.

SANTOS, Boaventura de Sousa. O fim do império cognitivo: a afirmação das epistemologias do Sul. – 1 ed.; 2. Reimp. – Belo Horizonte: Autêntica, 2021.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Para um novo senso comum: a ciência, o direito e a política na transição paradigmática/ Boaventura de Sousa Santos. – 8. Ed. – São Paulo: Cortez, 2011. Conteúdo: V. 1. Crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. Novos Estudos, p. 71-94, novembro. 2007.

SCOTT, James C. Formas cotidianas de resistência camponesa. Raízes, v. 21, n. 1, p. 10-31, jan./jun. 2012.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? ; tradução de Sandra Regina Goulart Almeida, Marcos pereira Feitosa, André pereira Feitosa. – Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

TOLENTINO, Átila Bezerra. O que não é educação patrimonial: cinco falácias sobre o seu conceito e sua prática. In: TOLENTINO, Átila Bezerra; BRAGA, Emanuel Oliveira (Orgs.). Educação patrimonial: políticas, relações de poder e ações afirmativas. João Pessoa: IPHAN-PB; Casa do Patrimônio da Paraíba, 2016. p. 39-48.

WANDERLEY, Rodrigo Gomes. 136 f. 2016. Guerreiros do fogo: uma etnografia da “morte anunciada”. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Brasília, 2016.

Publicado

2023-11-07

Cómo citar

Cezarinho, F. A. (2023). UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL DECOLONIAL. Revista Debates Insubmissos, 6(21), 297–324. https://doi.org/10.32359/debin2023.v6.n21.p297-324

Número

Sección

Pautas Insubmissas

Artículos similares

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 > >> 

También puede Iniciar una búsqueda de similitud avanzada para este artículo.