Lições sobre narrativa no romance Nossa Teresa: vida e morte de uma santa suicida, de Micheliny Verunschk
Palabras clave:
Romance moderno, Realismo, Morte do narrador, Literatura pernambucana.Resumen
Este trabalho pretende destacar alguns aspectos que circundam o universo narrativo da obra Nossa Teresa: vida e morte de uma santa suicida, da escritora pernambucana Micheliny Verunschk. O romance, que marca a estreia da poeta na prosa, parece investigar os elementos da trama na medida em que os tece, materializando uma estrutura ensimesmada, repleta de rupturas, construindo, desse modo, diversas lições sobre a narrativa. Diante disso, nos chamou a atenção a forma como o romance é estruturado: de que modo dá corpo ao espaço, ao tempo e aos personagens dentro da narrativa; e o que podemos depreender das funções do narrador neste texto. A partir desse breve mapeamento, discutimos como a obra parece romper com uma tradição de base retórica, comum ao Realismo, e que já não mais se replica no romance moderno. Observamos, ainda, como a extensão dessa ruptura dialoga com uma época em que a representação literária divide espaço com a midiatização da dor alheia, dependendo de um público afeito a narrativas “baseadas em fatos reais”. Esse contexto, consequentemente, demanda outras propostas estéticas, outras formas de escrever romances, e nos parece que é esse o caminho investigativo e experimental trilhado pela autora. Para o trabalho, iremos utilizar alguns autores, dentre os principais: Yves Reuter (2002), Roman Jakobson (1976), Antonio Candido (1976) e Theodor Adorno (2003).
Citas
ADORNO, Theodor W. A posição do narrador no romance contemporâneo. In: ADORNO, Theodor W. Notas de literatura 1. São Paulo: Editora 34, 2003.
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Editora brasiliense, 1987.
CANDIDO, Antonio. A personagem do romance. In: CANDIDO, Antonio; ROSENFELD, Anatol; PRADO, Décio de Almeida; GOMES, Paulo Emílio Salles. A Personagem de Ficção. 5. ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 1976.
GOMBRICH, Ernst. A História da arte. 16. ed. São Paulo: LTC, 2000.
JAKOBSON, Roman. Do Realismo artístico. In: OLIVEIRA, Dionísio de Oliveira (org.). Teoria da literatura: formalistas russos. 3. ed. Porto Alegre: Editora Globo, 1976. p. 119-131.
PROENÇA FILHO, Domício. O Realismo. In: PROENÇA FILHO, Domício. Estilos de época na literatura. 20. ed. São Paulo: Prumo, 2012. p. 209-219.
REUTER, Yves. A análise da narrativa: o texto, a ficção e a narração. Rio de Janeiro: Difel, 2002.
SOUZA, Roberto Acízelo de. A retórica no Brasil do século XIX: dos anos de glória à perdição. In: SOUZA, Roberto Acízelo de. Variações sobre o mesmo tema: ensaios de crítica, história e teoria literária. Chapecó, SC: Argos, 2015. p. 125-147.
VERUNSCHK, Micheliny. Nossa Teresa: vida e morte de uma santa suicida. São Paulo: Patuá, 2014.
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