Passivas analíticas escritas por falantes do português de Moçambique
DOI:
https://doi.org/10.51359/2175-294x.2022.251858Palavras-chave:
orações passivas, português de Moçambique, tendências, full transfer/full access.Resumo
O objetivo deste artigo é descrever a produção/escrita de orações passivas no português de Moçambique. O estudo baseia-se nas teorias gerativo-transformacional e de aprendizagem das línguas, e adota uma abordagem mista. Os resultados revelam o predomínio das eventivas e curtas e um maior índice de passivas convergentes com o português europeu em relação ao número de ocorrências divergentes que envolvem, sobretudo, verbos ditransitivos. O estudo sugere que os aprendentes moçambicanos de português recorrem à gramática das línguas maternas (Full Transfer) e têm acesso à gramática universal (Full Access) no processo de aprendizagem e produção/escrita das passivas.Referências
ABRAHAM, W. Introduction: passivization and typology. Form vs. function – a confined survey into the research status quo. In ABRAHAM, W; LEISIÖ, L. (Eds.). Passivization and typology: form and function. Amsterdan/Philadelphia: John Benjamins, 2006, p. 1-29.
ABRAHAM, W; LEISS, E. The impersonal passive: Voice suspended under aspectual conditions.In ABRAHAM, W; LEISIÖ, L. (Eds.). Passivization and typology: form and function. Amsterdan/Philadelphia: John Benjamins, 2006, p. 501 – 517.
ADRIANO, P. S. Tratamento morfossintático de expressões e estruturas frásicas do português em angola. 2014. 594f. Tese (Doutoramento em linguística) – Faculdade de Ciências Sociais, Instituto de Investigação e Formação Avançada, Universidade de Évora, Évora, 2014.
ALEXIADOU, A; ANAGNOSTOPOULOU, E. Structuring participles. In CHARLES B. C; HANNAH, J (Eds.). Proceedings of the 26th West Coast Conference on Formal Linguistics. Somerville, MA: CascadillaProceedings Project, 2008, p. 33 – 41.
ALMEIDA, L.; FLORES, C. Bilinguismo. In FREITAS, M. J.; SANTOS, A. L. (Eds.). Aquisição de língua materna e não materna: questões gerais e dados do português (Textbooks in LanguageSciences 3). Berlin: Language Science Press, 2017, p. 275 – 305.
ATANÁSIO, N. Ausência do artigo no Português de Moçambique: análise de um corpus constituído por textos de alunos do ensino básico em Nampula. 2002. 176f. Dissertação (Mestrado em Linguística Portuguesa) – Universidade do Porto e Universidade Pedagógica, Nampula, 2002.
BAKER, M; JOHNSON, ROBERTS, I. Passive Arguments Raised. LinguisticInquiry, Vol. 20, No. 2, p. 219-251. The MIT Press,1989.
BLEY-VROMAN, R. The logical problem of foreign language learning. Linguistic Analysis, v. 20, 1990, 3 – 49.
BORER, H.; WEXLER, K. The maturation of syntax. In ROEPER, T; WILLIAMS, E. (Eds.). Parameter Setting. Massachusetts: Reidel, 1987, p. 123 – 172.
BROWN, H. D. Principles of language learning and teaching. San Francisco State University: Pearson Longman, 2007.
BRUTON, A. What exactly are positive and negative evidence in SLA? RECL Journal, v. 31, no 2, 2000, p. 120 -133.
CÁTEDRA de Português Língua Segunda e Estrangeira. Disponível em: https://catedraportugues.uem.mz/. Acesso: 15 abril. 2022.
CHOMSKY, N. Syntactic structures. Paris: Mouton- the Hague, 1957.
CHOMSKY, N.Aspects of the theory of syntax. Cambridge: The MIT Press, 1965.
CHOMSKY, N.The minimalist program. Cambridge: The MIT Press, 2014.
COOK, V.; NEWSON, M. Chomsky’s Universal Grammar: an introduction. Oxford: Blackwell, 1996.
DEMUTH, K. Maturation and the acquisition of the Sesotho passive. Language, v. 65, n. 1, 1989, p. 56 - 80.
DUARTE, I. A família das construções inacusativas. In: MATEUS, M. H. M. et al.(org.). Gramática da língua portuguesa. Lisboa: Caminho, 2003, p. 507 - 548.
DUARTE, I. Construções ativas, passivas, incoativas e médias. In: RAPOSO, E. B. et al.(org.). Gramática do Português. Lisboa: Caminho, 2013, p. 430 – 460.
DUARTE, I.; OLIVEIRA, F. Particípios resultativos. Textos Seleccionados, XXV Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística, Porto, APL, 2010, p. 397-408.
EMBICK, D. On the structure of resultative participles in English. Linguistic Inquiry, v. 35, n. 3, 2004, p. 355-392.
EMBICK, D. Roots, states, and stative passives. Roots workshop, University of Stuttgart, 2009. Disponível em: https://www.ling.upenn.edu/~embick/stut.pdf. Acesso: 02. set.2020.
EPSTEIN, S.; FLYNN, S.; MARTOHARDJONO, G. Second language acquisition: theoretical and experimental issues in contemporary research. BrainandBehavioralSciences, v. 19, 1996, p. 677–758.
ESTRELA, P. A passiva em português europeu: questões de aquisição. In: PEREIRA, M. I; FERREIRA-GONÇALVES, G. (orgs.). Verba Volant, v. 3, n. 2, 2012, p. 1-21.
ESTRELA, P. A. A Aquisição da Estrutura Passiva em Português Europeu. 2013. 305f. Tese (Doutoramento em Linguística) – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2013.
ESTRELA, P. A aquisição de passivas eventivas, resultativas e estativas em português europeu: um estudo experimental. Textos selecionados, XXIX Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística, Porto, APL, 2014, p. 237-248.
FIRMINO, G. Aspectos da nacionalização do português de Moçambique. Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas, Porto Alegre, v. 9, p. 115-135, 2008. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10316.2/34455>. Acesso: 29 out. 2016.
FIRMINO, G. Ascensão de uma norma endógena do português em Moçambique: desafios e perspectivas. Gragoatá, Niterói, v.26, n.54, p. 163-192, 2021. https://doi.org/10.22409/gragoata.v26i54.46324. Acesso: 15 abril. 2022.
GABRIEL, R. A Aquisição das construções passivas em português e inglês: um estudo translinguístico. 2001. 238f. Tese (Doutoramento em Linguística) - Faculdade de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2001.
GASS, S. M. Language transfer and universal grammatical relations. Language Learningv. 29, n. 2, 1979, p. 327-344.
GASS, S. M.; SELINKER, L. Second language acquisition:an introductory cours. New York and London: Routledge, 2008.
GONÇALVES, R. M. G. Construções ditransitivas no Português de São-Tomé. 2016. 278f. Tese (Doutorado em Linguística) – Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2016.
GONÇALVES, P. et al. Panorama do português oral de Maputo – Volume I: Objetivos e Métodos. Maputo: INDE, 1997.
GONÇALVES, P. et al. Estruturas gramaticais do português: problemas e exercícios. In: GONÇALVES, P.; STROUD, C. (org.) Panorama do português oral de Maputo – Volume III: Estruturas gramaticais do português: problemas e exercícios. Maputo: INDE, 1998.
GONÇALVES, P. A construção de uma gramática do português de Moçambique: aspectos da estrutura argumental dos verbos. Tese (Doutorado em Linguística Portuguesa) - Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, Lisboa, 1990.
GONÇALVES, P. Português de Moçambique: uma variedade em formação.Maputo: Livraria Universitária-UEM,1996.
GONÇALVES, P. The role of ambiguity in second language change: the case of Mozambican African Portuguese. Secondlanguageresearch, v. 18, n. 4, 2002, p. 325-347.
GONÇALVES, P. Português de Moçambique: problemas e limites de padronização de uma variante não-nativa. In: SINNER, C. (Ed.) Norm und Normkonflikte in der Romanian. Munich: Peniopel, 2005, p.184-195.
GONÇALVES, P. A génese do Português de Moçambique. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2010a.
GONÇALVES, P. Perfil linguístico dos estudantes universitários: áreas críticas e instrumentos de análise. em Perpétua G. (org.). O português escrito por estudantes universitários: descrição linguística e estratégias didácticas, Maputo, Texto Editora, 2010b, p. 15-50.
GONÇALVES, P. Afinal, o que são erros de português? em Perpétua Gonçalves e Conceição Siopa (Orgs.), Caderno de pesquisan.1. Didátctica do português L2, Maputo, Imprensa Universitária, 2015b, p. 21-36.
JÚNIOR, J. C. L; AUGUSTO, M. R. A. PassivePandthedistinctionbetweeneventive, resultativeandstative passives. Diadorim, Rio de Janeiro, Revista 19 —Volume Especial, 2017, p. 37-71.
KEENAN. E. L; DRYER, M. S. Passive in theworld’slanguages. CUUK170B-Shopen v. 1, 2006, p. 225-265.
KRASHEN, S. Second language acquisition and second language learning. New York: Pergamon Press, 1981.
KRASHEN, S. The input hypothesis:issues and implications. UK: Longman, 1985.
KRATZER, A. Building Statives. Proceedings of the twenty-Sixth annual meeting of the Berkeley Linguistics Society: General session and parasession on aspect, 2000, p. 1-15.
LONG, M. H. Input, interaction, and second-language acquisition. Annals of the New York Academy of Sciences, 379, 1981, p. 259–278.
MADEIRA, A. Aquisição de línguanãomaterna. In FREITAS, M. J.; SANTOS, A. L. (Eds.). Aquisição de língua materna e não materna: Questões gerais e dados do português(Textbooks in LanguageSciences 3). Berlin: Language Science Press, 2017, p. 305-330.
MARTINS, C. Número e gênero nominais no desenvolvimento das interlínguas de aprendentes do português europeu como língua estrangeira. Revista Científica da UEM: Série Letras e Ciências Sociais, v. 1, n. 1, 2015, p. 26-51.
MOTA, M. A. A categoria gramatical gênero, nos nomes e adjetivos do Português: algumas reflexões. Diadorim, Especial. Rio de Janeiro, 2016, p. 150-164.
NGUNGA, A.; SIMBINE, M. C. Gramática descritiva da Língua Changana. Maputo: Centro de Estudos Africanos – UEM, 2012.
NHATUVE, D.; MAVOTA, L. I. Passivas eventivas no português de Moçambique. Revista Porto das Letras, v. 7, n. 1. 2021, p. 221-243.
NHATUVE, D. Para a normatização do português de Moçambique. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 12, n. 1, p. 465-491, 29 mar. 2018.
NHATUVE, D. Reflexão sobre a normatização do Português de Moçambique. Fórum Linguístico. Florianópolis, v. 14, n. 2, p. 1997-2007, 2017.
NHATUVE, D.; FONSECA, M. C. Aspectos da sintaxe do português falado no sul de Moçambique. Revista de Letras, Vila Real, série II, n. 11, p. 145-156, 2013.
OBSERVATÓRIO de Neologismos do Português de Moçambique. Disponível em: https://catedraportugues.uem.mz/observatorio. Acesso: 15 abril. 2022.
PERES, J. A; MÓIA, T. Áreas críticas da língua portuguesa. Lisboa: Caminho, 1995.
SAVILE-TROIKE, M. Introducing second language acquisition. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.
SCHWARTZ, B.; SPROUSE, P. L2 cognitive states and Full Transfer / Full Access model. Second Language Research. v. 12, n. 1, 1996, p. 40- 72.
SELINKER, L. Interlanguage. International Review of Applied Linguistics in Language Teaching, v. 10, 1972, p. 209-231.
SWAIN, M. Communicative competence: Some roles of comprehensible Input and comprehensible output in its development. In: GASS, S.; MADDEN, C. (eds.).Input in second language acquisition. Newbury House, Rowley, Mass, 1985, p. 235-252.
THOMAS, M. Universal Grammar and the interpretation of reflexives in a second language. Language, v. 67, 1991, p. 211–39.
WHITE, L. Second language acquisition: from initial to final state. In: ARCHIBALD, J. (Ed.). Second language acquisition and linguistic theory. Oxford: Blackwell, 2000, p. 130–55).
WHITE, L. Second Language Acquisition and Universal Grammar. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.
XAVIER, G. R. Acesso à Gramática Universal (GU) por aprendizes de segunda língua (L2). Estudos da Língua(gem), Vitória da Conquista, [S. l.], v. 5, n. 2, p. 7-20, 2007. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/1035. Acesso em: 11 ago. 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Diocleciano Nhatuve

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Revista Investigações concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (exemplo: depositar em repositório institucional ou publicar como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Qualquer usuário tem direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.