O “rapto” de Marciano Indi e o incentivo ao “tribalismo” em Guiné-Bissau: contradições em discurso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2175-294x.2022.254261

Palavras-chave:

discurso político, discurso tribalista, Guiné-Bissau, contradição.

Resumo

A referência ao “tribalismo” tem ganhado fugaz notoriedade, constituindo preocupação para a sociedade em geral, sobretudo pelo incentivo à violência. A partir da análise do discurso inaugurada por Michel Pêcheux, recuperamos o suposto rapto do Marciano Indi, ocorrido em 22 de maio de 2020, motivado por uma perseguição política. Sob o argumento de reivindicar a responsabilização sobre o referido “rapto”, na imediaticidade do dizer, tenta-se produzir sentidos de tratar-se apenas de um embate político. No entanto, os elementos de saber tradicionais convocados reificam um discurso de viés “tribalista”, incitando o ódio entre as etnias Pepel e Balanta.

Biografia do Autor

Carmolino Cá, Universidade Federal de Alagoas

Mestre em Linguística pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Sóstenes Ericson Vicente da Silva, Universidade Federal de Alagoas

Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Linguística e Literatura da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

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Publicado

28-12-2022

Como Citar

Cá, C., & Silva, S. E. V. da. (2022). O “rapto” de Marciano Indi e o incentivo ao “tribalismo” em Guiné-Bissau: contradições em discurso. Revista Investigações, 35(2). https://doi.org/10.51359/2175-294x.2022.254261

Edição

Seção

Dossiê: Tecnologias e mídias: discursividades e(m) disputa(s)

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