Ficção e reinterpretação: a verdade das mentiras em Tempos Ásperos, de Mario Vargas Llosa
DOI:
https://doi.org/10.51359/1984-7408.2025.265308Palavras-chave:
Literatura e História, Novo Romance Histórico, Literatura hispano-americana, DialogismoResumo
Mario Vargas Llosa publicou, em 2019, o romance Tempos Ásperos, que, junto a outras obras do autor, perfaz um panorama, via ficção, da realidade complexa dos países latino-americanos. Vargas Llosa pertence a uma tradição literária que tensiona as fronteiras entre a literatura e a história e, por meio de procedimentos discursivos — na esteira de um novo romance histórico — utiliza a alegoria, a paródia e o dialogismo para recriar os acontecimentos históricos mediante omissões, exageros e anacronismos. Este estudo analisa, portanto, a estrutura e os procedimentos presentes em Tempos Ásperos que corroboram esta presença, revisando, também, o dialogismo bakhtiniano, a inter-relação entre história e literatura e as fronteiras do real e do irreal expressas pelo próprio Vargas Llosa, observando como se manifestam na narrativa.
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