MUSEUS: TERRITÓRIOS DE BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS COMO DIFUSÃO EXTENSIONISTA DE SABERES, MEMÓRIAS E PRÁTICAS
DOI:
https://doi.org/10.32359/debin2021.v4.n13.p139-163Schlagworte:
Museus. Memória. Saberes. Cultura.Abstract
RESUMO
Este artigo propõe um diálogo sobre as possibilidades do ensino didático de história, práticas e saberes através de materiais e múltiplos artefatos artesanais encontrados em museus-territórios de brinquedos e brincadeiras populares. Os museus brinquedo são espaços de prática de conhecimento, cultura lúdica e reavivamento da memória intergeracional para adultos e crianças. Suas exposições fixas e projetos itinerantes possibilitam ao público afetividade e memória de experiências e saberes vividos em suas próprias culturas. Enquanto seres humanos, iniciamos nosso desenvolvimento pela cultura lúdica, pela imaginação, pelas brincadeiras de faz de conta, pela relação com os brinquedos e o brincar, vamos construindo modelos de saberes e interações com o mundo e situações ricas de aprendizagem. Segundo a teoria vygotskyana, a aprendizagem se dá em um processo internalizado pelas relações interpessoais dos indivíduos. O além do olhar na educação museal dos espaços brincantes muda o paradigma que corresponde ao espaço do museu como sendo apenas um lugar sisudo e rígido. Museus como territórios do brincar abrem oportunidades de desenvolvimento de novas estratégias de relacionamento do público com o acervo, repensando o uso do próprio espaço no âmbito educativo que consolide a educação museal como campo de difusão de saberes, memórias e práticas. Fundamentamos nossas reflexões e dialogismo nas concepções de Vygotsky (2003); Ariès (1986); Kishimoto (2005); Brougère (2010) e Huizinga (2008) e nas argumentações de Queiroz e Melo (2010); Roberts (1997) e Rogério (2013).
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