VIDA COTIDIANA: RUPTURAS E RESISTÊNCIAS
DOI:
https://doi.org/10.32359/debin2023.v6.n21.p85-106Palabras clave:
Vida Cotidiana, Modernidade, Resistência, Henri Lefebvre.Resumen
O objetivo do artigo é refletir sobre o cotidiano e o não-cotidiano enquanto mediações que atravessam a experiência, produzindo sentidos. Buscando interlocução na escrita literária e em teorias que abordam a vida cotidiana, o texto aproxima-se das características constituintes da cotidianidade, observando, desde a modernidade, como a fragmentação entre trabalho, lazer e vida privada acontece de formas distintas para os sujeitos, segundo suas condições materiais de vida. Para alguns, a vida cotidiana frequentemente interrompida por violências, misérias e opressões contraditoriamente resiste, enquanto é pressionada a se ajustar a uma lógica que não a comporta. Isto leva a pensar na escola, em grande parte organizada segundo os parâmetros da modernidade que forjam uma estrutura marcada pela fragmentação, homogeneização e hierarquização. Tudo isso produz um descompasso entre o que acontece a um sujeito escolar que tem suas possibilidades continuamente estorvadas, e o que a escola, regida pela cotidianidade, lhe oferece e cobra. A conclusão das reflexões conduz à observação daquilo que se produz na falta e nos interstícios da regulação, buscando o que permanece e o que se cria em meio ao que desaparece, dando a ver que a racionalidade moderna não impera soberana no mundo.
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