EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO FORMAL: O MUSEU COMO ESPAÇO DE FORMAÇÃO E REFLEXÃO CRÍTICO E SOCIAL
DOI:
https://doi.org/10.32359/debin2025.v8.n29.p14-37Palavras-chave:
Conscientização Ambiental, Museologia Ambiental, Práticas Educativas SustentáveisResumo
A Educação Ambiental se apresenta como ferramenta essencial no enfrentamento da crise climática contemporânea, integrando dimensões sociais, políticas e econômicas na construção de uma consciência socioecológica transformadora. Este estudo tem como objetivo analisar criticamente o potencial dos museus como espaços de educação ambiental não formal, examinando como suas práticas educativas podem fomentar ações coletivas frente à emergência climática. A partir de uma revisão bibliográfica que articula contribuições de autores basilares e contemporâneos - a exemplo de Sato e Passos (2010) Layrargues (2020), Muniz e Saladino (2021) e Guimarães (2020) - o trabalho demonstra a transição dos museus de meros repositórios de objetos para espaços vivos de construção coletiva do conhecimento. A análise revela como essas instituições, ao incorporarem abordagens críticas e interativas, tornam-se ambientes privilegiados para a desconstrução do antropocentrismo e para a promoção de práticas sustentáveis. Conclui-se que a educação ambiental em museus, quando fundamentada em perspectivas críticas e dialógicas, pode efetivamente articular reflexão e ação, transformando visitantes em agentes ativos na construção de alternativas socioambientais. Os museus emergem assim como espaços catalisadores de transformação, capazes de promover o engajamento público com as questões ambientais contemporâneas.
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