Afasia e Demência: complicações no acesso lexical de pacientes com Alzheimer
DOI:
https://doi.org/10.51359/1984-7408.2024.258326Parole chiave:
doença de Alzheimer, afasia lexical, processamento de léxico, neurociência da linguagemAbstract
O presente trabalho busca discutir como a Doença de Alzheimer (DA) afeta linguisticamente seus pacientes no que se relaciona ao acesso lexical. Para isso, inicialmente, através de uma pesquisa bibliográfica e por meio do método hipotético-dedutivo (Köche, 2011), faz-se um breve relato acerca da história dos estudos linguísticos em pacientes com DA. Em seguida, compara-se duas teorias, uma pertencente à Neurociência da Linguagem, o Localizacionismo, e a segunda, à Psicologia, sendo esta a relação Pensamento/Linguagem elucidada por Vygotsky (1991, 2000). Ademais, tem-se como objetivo apontar como o acesso às classes gramaticais é afetado durante o desenvolvimento da patologia. Dessa forma, após a realização da pesquisa, constata-se que a DA, por ser relativamente nova, descoberta no início do século passado, não tem suas causas identificadas. Todavia, é apresentada uma sintomatologia – como a anomia – relacionada aos déficits linguísticos, os quais, além de não serem vistos com importância para os estudos associados à doença, mesmo sendo presentes desde o início da mesma, muitas vezes, são analisados de maneira destacada da patologia, com o uso da teoria Localizacionista, não se estudando as relações intrínsecas existentes entre a Linguagem e os processos cognitivos. Outrossim, identifica-se, com o auxílio dos estudos de Alegria (2013), as diferenças simbólicas entre os processamentos das diferentes classes gramaticais. Além disso, conclui-se a falta de referências bibliográficas nacionais sobre o assunto, uma vez que são escassas as pesquisas sobre a problemática com o uso do Português Brasileiro.
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