Concepções de linguagem em livros didáticos de português (1950-1963): espaço de inter-incompreensão polêmica
DOI:
https://doi.org/10.51359/2175-294x.2022.253201Parole chiave:
livro didático de português, concepção de linguagem, interdiscurso, Companhia Editora Nacional.Abstract
Meus objetivos são (i) determinar o estatuto teórico-metodológico da categoria concepção de linguagem e(ii)analisar como ela se materializa em dois livros didáticos de português, a saber, Português para o colégio (1955) e Português no colégio (1963). Defendo que essas concepções compõem um processo de subjetivação jamais estabilizado. Para analisá-lo, detenho-me em relações interdiscursivas salientadas por polêmicas explícitas (MAINGUENEAU, 1997), particularmente, aquela que opõe português brasileiro e europeu. Os resultados permitem constatar que, em vez de posições categorizáveis de um determinado autor, as concepções de linguagem são modos distintos de se relacionar com as regras de formação da língua como saber.
Riferimenti bibliografici
A LUTA DEMOCRÁTICA. Mestrado, 28-30 out. 1978. p. 6. Disponível em: https://bit.ly/3r6zE1v. Acesso em: 20 jul. 2021.
AUTHIER-REVUZ, J. O estrato meta-enunciativo, lugar de inscrição do sujeito em seu dizer: implicações teóricas e descritivas de uma abordagem literal. O exemplo das modalidades irrealizantes do dizer. Tradução de Maria Cristina Batalha. Matraga, Rio de Janierio, v. 15, n. 22, p. 33-63, 2008.
BOMBONATTI, J. Português através de textos de Magda Soares: contribuições para uma história do ensino de português no Brasil. 2017. 186 f. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, Parnaíba, 2017.
BRASIL. Lei n° 4024, de 20 de dezembro de 1961, fixa as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 dez. 1961. Seção 1. Disponível em: https://bit.ly/2W4PzAm. Acesso em: 21 dez. 2022.
BRASIL, Lei n° 5692, de 11 de agosto de 1971, fixa as diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 ago. 1971. Seção 1. Disponível em: https://bit.ly/3ViknIc. Acesso em: 21 dez. 2022.
BRASIL. Portaria nº 87, expede o programa de português dos cursos clássico e científico do ensino secundário. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, RJ, 27 jan. 1943. Seção 1. Disponível em: https://bit.ly/3v7rkBq. Acesso em: 21 dez. 2022.
BRASIL. Portaria nº 966, de 2 de outubro de 1951, aprova os programas dos cursos ginasial e colegial, elaborados pela Congregação do Colégio Pedro II. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, RJ, 26 nov. 1951. Suplemento. Disponível em: https://bit.ly/3VdMWql. Acesso em: 21 dez. 2022.
BRASIL. Portaria nº 1045, de 14 de dezembro de 1951, expede os planos de desenvolvimento dos programas mínimos de ensino secundário e respectivas instruções metodológicas. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, RJ, 22 fev. 1952. Seção 1. Disponível em: https://bit.ly/3xQ40qW. Acesso em: 16 ago. 2021.
CANUT, C. À la frontière des langues: figures de la démarcation. Cahiers d’études africaines, [s .l.], v. 163-164, p. 443-464, 2001.
CORREIO DA MANHÃ. Na pasta da educação. 10 fev. de 1939. p. 2. Disponível em: https://bit.ly/3rfC8La. Acesso em: 20 jul. 2021.
CRETELLA, J. Português para o colégio: 1º ano. São Paulo: Nacional, 1955.
CRETELLA, J. Português para o ginásio: 3ª e 4ª séries. São Paulo: Nacional, 1948.
DE LUCA, T. A revista do Brasil: um diagnóstico para a (N)ação. São Paulo: Unesp, 1999.
FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.
GERALDI, J. W. Concepções de linguagem e ensino de português. In: GERALDI, J. W. O texto na sala de aula. Campinas/Cascavel: Unicamp/Assoeste, 1984.
GOMES, R. As concepções de linguagem e o ensino de língua materna: um percurso. Letras escreve, Macapá, v. 3, n. 1, p. 41-47, 2013.
HALLEWELL, L. O livro no Brasil: sua história. Tradução de Maria da Penha Villalobos. São Paulo: EdUSP, 2017.
IMBRUNIZ, C. Concepções de linguagem no Manual de língua portuguesa: políticas educacionais e linguísticas (1945-1951). Inédito.
IMBRUNIZ, C. Elementos para uma memória discursiva do ensino de escrita: livros escolares de português (1930-2002). 2019. 315 f. Dissertação (Mestrado em Filologia e Língua Portuguesa). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.
IMBRUNIZ, C. Intertítulos de livros didáticos de português: concepções de língua, escrita e ensino de escrita. Estudos da língua(gem), [s .l.], v. 18, n. 2, p. 97-116, 2020.
IMBRUNIZ, C.; HAYNAL, T. A pureza e a riqueza da língua no Manual de língua portuguesa (1945-1951). In: CAMPOS, M. I.; SANTOS, T. (orgs.). Discurso e ensino na linguística aplicada: propostas e interseções. São Paulo: Editora FFLCH/USP, 2020. p. 172-205. Disponível em: https://bit.ly/3oDurON. Acesso em: 09 fev. 2022.
JORNAL DO BRASIL. Memórias. 24 jan. 1976. Guia quinzenal de idéias e publicações, p. 7. Disponível em: https://bit.ly/3hNe5Tt. Acesso em: 21 dez. 2022.
KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas. Tradução de Beatriz Vianna Boeira e Nelson Boeira. São Paulo: Perspectiva, 2013.
LEITE, M. Metalinguagem e discurso: a configuração do purismo brasileiro. São Paulo: Humanitas/FFLCH, 1999.
LÉLLIS, R. Há sol por trás das nuvens. Rio de Janeiro/Brasília: Civilização Brasileira/MEC, 1975.
LÉLLIS, R. Português no colégio: 1º e 2º anos. São Paulo: Nacional, 1963.
LEMOS, C. Das vicissitudes da fala da criança e de sua investigação. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, v. 42, p. 41-69, 2002.
LOURENÇO FILHO, M. A linguagem e o ensino do idioma. In: NASCENTES, A. O idioma nacional na escola secundária. São Paulo: Melhoramentos, 1935. p. 5-9.
MACEDO, A. De “romancistas do Nordeste” a “2ª fase da prosa modernista”: um processo histórico de canonização literário-escolar em livros didáticos de português. 2010. 259 f. Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
MAINGUENEAU, D. Novas tendências em análise do discurso. Tradução de Freda Indursky. Campinas: Pontes, 1997.
MEMÓRIA VIVA, José Cretella Júnior. [S.l.: s. n.]. 2014. 1 vídeo (14 min). Publicado pelo Colégio Rio Branco. Disponível em: https://bit.ly/3i56dsr. Acesso em: 13 jul. 2020.
MORETTO, M.; FEITOZA, C. A proposta da BNCC para o trabalho com a língua portuguesa: o eixo de análise e reflexão linguística. Eutomia, Recife, v. 23, n. 1, p. 69-87, 2019.
NASCENTES, A. O idioma nacional na escola secundária. São Paulo: Melhoramentos, 1935.
O JORNAL. Secretaria geral de educação. 18 mar. 1950. Segunda seção, p. 3. Disponível em: https://bit.ly/3yZaTXT. Acesso em: 20 jul. 2021.
PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Tradução de Eni Orlandi et al. Campinas: Editora Unicamp, 2014.
PÊCHEUX, M.; FUCHS, C. A propósito da análise automático do discurso: atualização e perspectivas (1975). In: GADET, F.; T. HAK, T. (orgs.). Por uma análise automática do discurso. Tradução de Péricles Cunha. Campinas: Editora Unicamp, 2010. p. 159-250.
REVISTA DA FACULDADE DE DIREITO. Novo titular da cadeira de direito administrativo – Prof. J. Cretella Júnior. Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 64, p. 317-333, 1969. Disponível em: https://bit.ly/3eeU7fw. Acesso em: 13 jul. 2021.
SCHLIEBEN-LANGE, B. Riqueza, energia, clareza e harmonia. O discurso avaliativo sobre as línguas em termos de retóricas. In: SCHLIEBEN-LANGE, B. História do falar e história da lingüística. Tradução de Paulo Ottoni. Campinas: Editora Unicamp, 1993. p. 111-132.
SOUSA DA SILVEIRA, A. Idioma nacional – língua portuguêsa. Revista de direito administrativo, [s .l.], v. 8, p. 330-333, 1947.
TOLEDO, M. A Companhia Editora Nacional e a política de editar coleções: entre a formação do leitor e o mercado de livros. In: BRAGANÇA, A.; ABREU, M. (orgs.). Impresso no Brasil: dois séculos de livros brasileiros. São Paulo: Unesp, 2010. p. 139-156.
TOLEDO, M. O ensino médio no Brasil: uma história de suas finalidades, modelos e a sua reforma. In: TOLEDO, M.; MACHADO, R. (orgs.). Golpes na história e na escola: o Brasil e a América Latina nos séculos XX e XXI. São Paulo: Cortez/ANPUH, 2017. p. 178-198.
Downloads
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2022 Cristian Henrique Imbruniz

TQuesto lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione 4.0 Internazionale.
Autores que publicam na Revista Investigações concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (exemplo: depositar em repositório institucional ou publicar como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Qualquer usuário tem direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.