UMA INTERSECÇÃO ENTRE MATERNIDADE, POLÍTICAS PÚBLICAS E CAPITALISMO: LIÇÕES DO BRASIL E REINO UNIDO
DOI:
https://doi.org/10.32359/debin2025.v8.n29.p288-310Keywords:
Teoria Crítica, Feminismo, Licença maternidadeAbstract
Esse ensaio examina a intersecção entre maternidade, políticas públicas e capitalismo, através de um estudo comparativo entre o Brasil e o Reino Unido, utilizando como base a teoria crítica feminista. Através da exploração de políticas de licença maternidade, acesso à educação infantil em creches, e expectativas culturais, o texto destaca como o capitalismo neoliberal molda modelos e experiencias de mães em diferentes contextos socioeconômicos e culturais. No Brasil, desigualdades sistemáticas e discrepâncias regionais influenciam o acesso a serviços públicos e transformam o trabalho de cuidado em um mercado, enquanto no Reino Unido, políticas públicas e estudos revelam que expectativas de gênero e limitações financeiras afetam a tomada de decisão dos pais em relação aos cuidados com os filhos. A análise ressalta os desafios comuns relacionados à desvalorização do trabalho de cuidado nos sistemas capitalistas e destaca a necessidade de políticas mais inclusivas que considerem os papéis duplos das mulheres como cuidadoras e agentes econômicas. O estudo contribui para os debates sobre equidade de gênero e as dinâmicas globais do trabalho de cuidado, enfatizando a importância de políticas que reflitam as complexidades da maternidade na contemporaneidade.
References
ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000. [Original publicado em 1958].
BENHABIB, Seyla. The reluctant modernism of Hannah Arendt. Lanham: Rowman & Littlefield, 2003. [Original publicado em 1996].
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
CHAVKIN, Wendy. ‘The globalization of motherhood’. In: The Globalization of Motherhood. London: Routledge, 2010. p. 15-27.
CHILDCARE ACT c. 21 (2006). UK Public General Acts. Disponível em: https://www.legislation.gov.uk/ukpga/2006/21. Acesso em: 7 out. 2024.
CYFER, Ingrid. ‘Afinal, o que é uma mulher? Simone de Beauvoir e "a questão do sujeito" na teoria crítica feminista’. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, (94), p. 41-77, 2015.
DECHTER, Evgenia Kogan. ‘Maternity leave, effort allocation, and postmotherhood earnings’. Journal of Human Capital, v. 8, n. 2, p. 97-125, 2014.
FRASER, Nancy. Justice Interruptus: Critical Reflections on the "Postsocialist" Condition. London: Routledge, 2014.
HAMILTON, Patricia. Black Mothers and Attachment Parenting: A Black Feminist Analysis of Intensive Mothering in Britain and Canada. Bristol: Policy Press, 2020.
HUSSAIN, Saba; HUSSEIN, Nazia. ‘The (im)possibility of decolonising gender in South Asia: A reading of Bollywood’s “new women”'. London: Routledge, 2021. p. 135-153.
HUSSEIN, Nazia; HUSSAIN, Saba. ‘Decolonising gender in South Asia: A border thinking perspective’. Third World Thematics: A TWQ Journal, v. 4, n. 4-5, p. 261-270, 2019.
ISAKSEN, Lise Widding; DEVI, Sambasivan Uma; HOCHSCHILD, Arlie Russel. ‘Global care crisis: A problem of capital, care chain, or commons?’. American Behavioral Scientist, v. 52, n. 3, p. 405-425, 2008.
KAUFMAN, Gayle. ‘Barriers to equality: Why British fathers do not use parental leave’. Community, Work & Family, v. 21, n. 3, p. 310-325, 2018.
LUGONES, Maria. ‘The coloniality of gender’. In: Feminisms in Movement, 2016. p. 35-50.
MAHER, JaneMaree. ‘Motherhood: reproduction and care’. In: The Globalization of Motherhood. London: Routledge, 2010. p. 28-40.
MATERNITY AND PARENTAL LEAVE ETC. REGULATIONS 1999. Statutory Instrument No. 3312. Disponível em: https://www.legislation.gov.uk/uksi/1999/3312. Acesso em: 7 out. 2024.
MERUANE, Lina. Contra os filhos: uma diatribe. São Paulo: Todavia, 2018.
MOHANTY, Chandra. ‘Under Western eyes: Feminist scholarship and colonial discourses’. Feminist Review, v. 30, n. 1, p. 61-88, 1988.
NAUMANN, Ingela K. ‘"Universal childcare" and maternal employment: The British and the Swedish story’. In: In Defence of Welfare 2, 2015. p. 79.
OYÈRÓNKẸ́, Oyěwùmí. The invention of women: Making an African sense of Western gender discourses. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1997.
SANTOS, Marília Neves; AZEREDO, Catarina Machado; RINALDI, Ana Elisa Madalena. ‘Association between maternal work and exclusive breastfeeding in countries of Latin America and Caribbean’. Maternal and Child Health Journal, v. 26, n. 7, p. 1496-1506, 2022.
SHARED PARENTAL LEAVE REGULATIONS 2014. Statutory Instrument No. 3050. Disponível em: https://www.legislation.gov.uk/uksi/2014/3050. Acesso em: 7 out. 2024.
SON, Keonhi. ‘The origin of social policy for women workers: The emergence of paid maternity leave in Western countries’. Comparative Political Studies, v. 57, n. 1, p. 69-100, 2024.
SOUZA, Ana Luiza de Figueiredo. ‘Tensionamentos maternos na contemporaneidade: Articulações com o cenário brasileiro’. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 123, p. 47-68, 2020.
SUGIYAMA, Natasha Borges; HUNTER, Wendy. ‘Do conditional cash transfers empower women? Insights from Brazil’s bolsa família’. Latin American Politics and Society, v. 62, n. 2, p. 53-74, 2020.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
