EU E A SENHORA SABEMOS O QUE É VIVER NA ROÇA, NÉ, VIADO? FOGÃO A LENHA, MACH(AD)OS E CRIANÇAS
DOI:
https://doi.org/10.32359/debin2020.v3.n9.p79-95Schlagworte:
roça, crianças, fogão a lenha, machadoAbstract
Este ensaio fabula narrativas e experimentações de subjetividades e crianças no território rural, problematizando as histórias contadas à beira de fogões a lenha. As crianças dessa escrita desconfiam das boas intenções dos dessas histórias, pressentem ameaças percorrerem a pele. Elas sabem que, na repetição das narrativas, há uma fábrica de herdeiros mach(ad)os. Essas histórias não as atraem. Ainda que portem marcas da força do machado, quebram o cabo do machado e, com os restos, viram e fazem outras coisas. É na fenda, no corte como acontecimento que sacis, lobisomens, iaras e curupiras lhe fazem companhias aventureiras. As explorações nos espaços de sociabilidade no interior permitem as crianças da roça borrar os limites do corpo-gênero-sexo e a força do dispositivo machado. E as crianças o fazem pelo simples fato de que, ali, fazendo caminho por entre matas e à beira do riacho, elas encontram mais possibilidades de liberdade para ocupar e experimentar.Literaturhinweise
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