MOVIMENTO HIP HOP NA CULTURA BRASILEIRA: RESISTÊNCIA, POLITIZAÇÃO E DECOLONIALIDADE
DOI:
https://doi.org/10.32359/debin2022.v4.n16.p72-96Parole chiave:
hip hop, decolonialidade, educaçãoAbstract
Este artigo parte do pressuposto de que o movimento hip hop é potente promotor e propagador de debates sobre o tema do racismo e sexismo. Nesse sentido, a valorização deste movimento na atual conjuntura de crise sistêmica é eminente no enfrentamento às situações de intolerâncias contra grupos historicamente inferiorizados e culpabilizados pela lógica estrutural capitalista. Partindo dessa perspectiva, este estudo questiona: como o movimento hip hop, a partir do rap, grafite e break, colabora com a educação e promove a consciência no que tange à politização e efetivação de uma contracultura antirracista, antisexista e decolonial em seu universo? Tem como objetivo geral destacar a potencialidade do movimento hip hop na promoção e democratização do debate raça/etnia e classe, para além dos muros escolares. Com uma metodologia da pesquisa qualitativa e bibliográfica, fenomenológica e hermenêutica, dialoga com autores antirracistas, decoloniais e diaspóricos. Conclui-se com a convicção de que o movimento hip hop, atrelado à educação contribui para com um sentimento de pertencimento coletivo, em contraposição a uma espacialidade injusta, materializada nas desigualdades das periferias dos centros urbanos, levando os jovens a uma consciência social.
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