AÇÃO CULTURAL PARA LIBERTAÇÃO: OS ERROS METODOLÓGICOS EVIDENCIADOS PELO FILME “O POÇO”
DOI:
https://doi.org/10.32359/debin2024.v7.n25.p91-117Palavras-chave:
Paulo Freire, Educação Libertadora, Realismo capitalista, ConscientizaçãoResumo
Paulo Freire pode ser considerado uma referência no pensamento libertador da contemporaneidade. Sua construção teórica foi capaz de sistematizar uma teoria das ações coletivas dialéticas, pensando não somente em compreender a sociedade da época e seus mecanismos de práxis, mas também um contraponto a esta práxis, pensando não na perpetuação social, mas na mudança da realidade concreta. Entretanto, ainda que existam subsídios teórico-metodológicos da ação cultural para libertação, seja nos movimentos sociais, seja na escola enquanto esfera social responsável pela formação humana, frequentemente pode ser observado práticas libertadoras que utilizam de metodologias dos grupos dominantes em seu desenvolvimento. Assim, este trabalho tem por objetivo analisar a educação para libertação contida no filme “O Poço” buscando clarificar os processos coerentes de emancipação dos oprimidos, conforme a ótica de Paulo Freire. A pesquisa é de natureza qualitativa, utiliza-se dos pressupostos da pesquisa documental para a constituição dos dados. A análise dos dados constituídos se dá de maneira dedutiva e, sustenta-se na teoria da Educação Libertadora de Paulo Freire. Por meio da arte, é possível tomar distância epistemológica da realidade concreta para admirá-la, desta forma, analisar o filme “O Poço” como um documento histórico revela fatos corriqueiramente esquecidos pelo quefazer da ação cultural para a libertação. Com isso, é cada vez mais urgente revisitar as teorias críticas da ação cultural para libertação, sejam elas gerais ou aplicadas diretamente à escola, pois o realismo capitalista impossibilita uma ação autenticamente transgressora.
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